segunda-feira

A cegueira da guerra

Como não temos paradigma para ver isentamente as razões objectivas que presidem à guerra israelo-árabe, com a Europa dobrada e de avental ante uma América de copo na mão, - se é que existem algumas razões (ou puro fanatismo!!!) - não se percebe bem das obras de Deus naquela parte do mundo. Ou será que Ele quis cegar uns e iluminar outros? Ocorre-me lembrar um pensamento de Stº Agostinho que dizia mais ou menos sito: ante a maldade entre os homens porque razão Deus não intervém para pôr termo à chacina... Dizem que Ele era delicado demais e, por isso, não queria incomodar. O problema é que no fim de cada verdade, devemos sempre lembrar-nos da verdade oposta. Ele devia mesmo intervir - e com mão pesada... Presumo que essa mão começaria logo por dar um belo par de estalos ao sr. Bush. As coisas bem poderiam começar por aí... E de "estalo-divino-em-estalo-divino" talvez os fautores da guerra se consciencializassem de que há coisas bem mais importantes na vida do que despejar bombas, matar pessoas e destruir tudo em redor. Para isto fiquem em casa...

domingo

As escolhas do Macroscópio

Image Hosted by ImageShack.us Sabemos que mentem, mas ao menos são belas...

Os escolhos de Marcelo

É sempre um prazer ouvir o prof. Marcelo debitar sound bites sobre o burgo e o mundo a grande cadência, sobretudo quando os "bons comunicadores" (com milhares de aspas) se piraram todos para da autarquia de Lisboa - para aí representarem outros papéis: assessores de "Portos de honra" e serem spin doctors - em que se transformou a vergonha do poder local em Portugal - pagos a peso de ouro. Mas vamos por partes:
  • 1. Marcelo critica os procedimentos administrativos da autarquia que viabilizaram - por portas & travessas - a continuação da tal obra do "sr. Bibi" - lei essa que foi revogada pelo próprio Carmona a fim de que a obra prosseguisse - aqui Marcelo omitiu, ou esqueceu-se (fretou), deve ser do sol do Guincho ou do nevoeiro da serra da Malveira;
  • 2. Depois censura a lei que permite a dação em espécie, ainda que (legal) embora seja um cambalacho que só veio a público com a denúncia dos privados e as conclusões do relatório da Provedoria da Justiça. As ilicitudes neste caso são às dezenas, aliás, não há ali margem para dúvidas, salvo para Marcelo.
  • - E depois, pasme-se!!!! - e como corolário óbvio do ser argumentário, não tem uma única crítica personalizada ao fautor de todo este cambalacho, o ainda edil de Lisboa, o engº Carmona Rodrigues.
  • - Foi nesse momento que caí da cadeira... Sobretudo quando, mais adiante, Marcelo diz (a propósito de outra coisa) - "eu sou isento"... Meus amigos, ou o prof. Marcelo já começou a fazer grandes fretes ao PsD para poupar carmona e M.Mendes ou, manifestamente, e sempre que as más notícias atingem o PSD, Marcelo é tudo menos imparcial ou isento. E nem é preciso ser génio para compreender esta verdade comezinha, basta ter um Q.I. de cão-rafeiro alí da Guia - mas com pidigri da parte do avó paterno e o 5º ano tirado na Quinta da Marinha. E, sobretudo, muito, muito surf...
  • - Talvez isso explique por que razão António Vitorino - que também faz das suas - esteja a ganhar potencial de credibilidade sobre Marcelo em termos de isenção analítica. É que quando foi a bronca dos exames nacionais - Vitorino não poupou a ministra da Educação e, agora, Marcelo, depois dos erros craços de Carmona na gestão lisboeta (dos quais deveria tirar imediatas ilações políticas), não se furta, ainda subtilmente, a absolver carmona como se o autor, vontade e motivações daquelas múltiplas ilegalidades fossem cometidas pelo chefe de divisão ou mesmo pelo porteiro do edifício de limpezas dos caixotes do lixo da edilidade.
  • - Ante isto, era expectável que Maria Flôr Pedroso - uma jornalista política experimentada - arguisse em nome da razão e do common sense, mas não - ela derrete-se em olhares luxuriantes e em sorrisos cúmplices e lânguidos porque já foi assimilada a genialidade maquiavélica de Marcelo - que só diz o que quer.
  • Felizmente, ainda há hermeneutas que não dormem, e também já rasgaram os livros pelos quais Marcelo aprendeu a arte do destapanço, tapando!!!
  • - Qualquer dia - ainda responsabilizam um Almeida da autarquia pelo atraso das obras do Marquês... Tenho esperança, prof., tenho esperança!!! Voilá, "os escolhos de Marcelo". Veja lá é se não escolhe um Almeida que seja coxo e marreco - porque esses (pela natureza das coisas) devem ser menos imputáveis!!!

Maria-Maria - de Carlos Santana -

Ou me engano, ou isto é dedicado à mulher portuguesa!!!

O mundo pela janela de Carnaxide

A Guerra no MO continua a dominar a opinião pública internacional, e como os media são os principais interessados - não valerá apena criticá-los por ampliarem esse fenómeno de que, em rigor, não são a causa. - As causas... Sempre elas!!! As causas das guerras... As objecções de Israel e as objecções do lado árabe davam pasto para uma centena de teses de doutoramento. Todas essas objecções vão contra eles próprios, e de maneira nenhuma contra a religião que uns e outros dizem defender. Ainda bem que o mundo já está mais lúcido e não alinha cegamente pela posição sectária dos EUA, Austrália e quejandos que só têm uma filosofia: sustentar a máquina de guerra israelita para continuar a gozar dum pivot excelente naquele parte do mundo. Mas isto ainda faz dessa gente ainda mais ímpios e gera instabilidade no mundo - a médio e longo prazos. - Porque aqueles que estão no desconforto e no sofrimento de se verem privados da fé, de comida e da própria vida .... - vê-se que Deus também não os ilumina. E os outros, que bem podem ser os israelitas, os tais que vivem das leis que fabricam e aplicam só a si próprios, vê-se que Deus os cegou - cegando também todos aqueles que os apoiam de forma ilimitada, como faz a República Imperial... Que diria hoje Raymond Aron de toda essa fantochada??? - Talvez fascinatio nugacitatis... (fascinação da frivolidade) - urge, pois, limitar aquelas paixões desordenadas que matam diáriamente dezenas e dezenas de homens, mulheres, crianças e idosos. Estamos no III milénio... Jamais poderemos ser (terrivelmente) indiferentes ao valor soberano da própria Vida. - Sugiro um pequeno exercício a essa malta da guerra: imaginem que têm só mais 8 dias de vida, uma semanita, portanto!!! Talvez a partir daí pensem num Plano de Paz a sério que possa valer para os próximos 100 anos.

Meus senhores/as: Junior - Mama used to say...

Mais uma - de há 24 anos...

Inominado (nos olhos de Deus)

...Porque hoje é Domingo - para uns dia de praia, para outros dia de igreja, para outros mais um dia debaixo do sol tentando cozer a realidade deste mundo. Detenhamo-nos neste rosto, neste olhar.., e imaginemos agora que já não conseguimos ver/ler a realidade porque as nossas crenças, conceitos, status e condição geral de vida nos impedem de a ver doutra forma. Que fazer? Sugeria que (lhe) emprestássemos a nossa máq. fotográfica digital e marcássemos reunião ao fim duma semana - se ele tivesse agenda para isso, evidentemente!!! Seria muito interessante ver o mundo através dos seus olhos, da sua mente e das suas percepções e cosmovisões. Talvez nos surpreendessemos, não tanto com a pintura de um Caravaggio ou de um Velasquez - mas com as efervescências invisíveis que ele nos traria - iluminando o obscuro que ainda temos instalado nas nossas - igualmente - comezinhas vidas, neste efémero que nos é dado viver, nesta transitoriedade que, malgré toute, também não nos deixa grandes marcas de visibilidade. Ver o Deus e a lucidez que existe nos olhos deste homem - é tão fascinante (quanto contagiante!!!). Porque hoje é Domingo...
  • PS: o risco desta operação é ficar sem a máquina...

Domingo: um Bom Dia para desistir da informação...

... Ou do mundo que temos? Sabemos que 80% da informação está agora centrada da guerra israelo-árabe. As próprias estações de tv se convencem que aquilo é pasto para todos os animais, inclusivé - nós - o rebanho principal da audiências...com base na quais se faz o agendamento da Pub. para financiar a gestão corrente dessas empresas e pagar os conteúdos e os salários aos jornalistas que, coitados, são igualmente escravos das notícias e do mundo que temos. E alguns nem se dão conta de quão alienados estão... Por isso, o melhor talvez fosse sugerir que uma quantidade de homens está acorrentada e todos condenados à morte... Numa espécie de metáfora do que se passa em Haifa, Sul do Líbano e o mais. Os que ficam vêem aquele espectáculo, mas sabem que estão a seguir na linha da morte, e já é sem esperança que aguardam a sua vez. É um pouco assim que vejo aqueles testemunhos de gente que quer escapar a esta lei irreversível da guerra. E à guerra - essa meretriz - não se consegue pôr out of law... Essa será a imagem que eles guardarão da guerra, e para nós mais uma metáfora para juntar às inúmeras narrativas na colecção dos papéis que guardamos sobre Paz & Guerra. Com uma diferença: eles coleccionam mortes; nós relatórios nas nossas prateleiras, isto é dramático, trágico, lancinante. Mas esta merdinha tem forçosamente de parar!!! A sensibilidade do Homem não pode ser idêntica à do urso esfomeado na selva quando apanha uma presa indefesa. O Homem terá de prestar mais atenção às pequenas coisas e não deixar escapar a sua sensibilidade às grandes. Quem sabe assim ele começa por resolver uma das suas mais terríveis contradições que é a violência e a maldade inatas - que trazemos (genéticamente) dentro de nós. Bolas, Não somos uns animais!!! - ou será que nunca soubemos o que realmente éramos!??
  • NB: Desconhecemos a quem dedicar este post, porque qualquer das opções no horizonte seria um voto angustiante.

Confusionismo total com pianos de cauda à mistura

Frente a Stª Apolónia - que creio ser a padroeira da emigração - atracou aquele bote, veleiro, catamaran ou navio... O que se quiser!!! Supõem-se que regressou do Brasil apenas com uma viajante a bordo - além do Comandante e da tripulação, evidentemente! Qual não é o meu espanto .., de - no espaço de 10 min. - ver cerca de 158 pianos de cauda emigrarem do convés do navio directamente para trailers que os aguardavam com uma placa sinalizadora dizendo: "Belgais" ou "Não me Melgues Mais"...!!! Algumas da pessoas que passavam em direcção à Estação - disseram logo que se tratava dos pianos da Mª João Pires (pura maldade!!!) feitos com madeira exótica e a melhor preço; outros disseram que eram raparigas brasileiras que para cá vinham para trabalhar nas assessorias, consultas e conexos na autarquia de Lisboa, dada a falta de mãos-de-obra qualificada de assessores pagos a baixo preço. Seja como for - não consegui descodificar mais do que isto, e como "isto" já é muito achei-me num estado de confusionismo mental tal que fiquei com o resto de Sábado estragado. Mas uma coisa consegui perceber: aquilo não era o velho cacilheiro que fazia o trajecto Terreiro do Paço-Barreiro...
  • PS: Post dedicado a todas as portuguesas que um dia quiseram emigrar para o Brasil bem como às brasileiras que fartas daquela pobreza acharam que Portugal era o El-dourado. A umas e outras os meus pesâmes - porque não sabem no que se meteram. Tanto a ex-metrópole como a antiga colónia só são boas para duas coisas: para passar férias e outra é para algo que a minha educação me impede - agora e aqui - de dizer mas que não será difícil supôr...

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Janus

sábado

Isonomias: a carta de afecto de Mª João Pires a Portugal

EM LINHA SIMÉTRICA: TRI-SONOMIA

EM LINHA SIMÉTRICA E CONVERGENTE

EM LINHA TRANSATLÂNTICA COM O BRASIL DE PERMEIO

- Consabidamente, o princípio da Isonomia estabelece que exista uma igualmente jurídica entre todos os homens, ainda que eles sejam parecidos físicamente mas distintos no seu intelecto, capacidade de trabalho ou condição económica e até trafulhice política ou perseguição política e pessoal na Academia.

- Damos três pares de exemplos: adriano, salazar e veiga beirão - parecidos físicamente e até no intelecto: um marginalizou o país durante meio século, o outro arruinou o cds e fragmentou a Universidade portuguesa - como hoje se diz à esquerda, ao centro e até à direita. O outro inseminou na Administração pública portuguesa centenas de amigos e familiares - nem Almeida Santos conseguiu igualá-lo nesse nepotismo burocrático na média e alta administração. Com a diferença é que aquele pode reclamar à vontade por falta de subsídio que não é preso - porque vive em democracia; e no tempo de salazar - em que aquele serviu desde menino e moço - quando se reclamava era-se preso, perseguido ou sofria-se represálias difusas vida fora. Como em tudo na vida, há os que tiveram carácter e cortaram abruptamente com o ditador, e depois há os outros -, o resto - que segue a escola do cinismo e da hipocrisia de Janus para sobreviverem política e pessoalmente e, assim, adaptarem-se suavemente às transições para a democracia: veiga zimão, adriano moreia e outros salarazaristas foram alguns desses camaleões, há que dizê-lo com frontalidade e hoje ainda se arrastam pelas vantagens e pelos corredores da democracia - parasitando os seus frutos - mas a que o corajoso ministro Mariano Gago, e bem, está a ter a coragem de pôr termo...

- No 2º par da isonomia - temos Oliveira Martins e Mr. Bean - aqui parece que a isonomia é todal - e não se distinguem em nada - até nas gargalhadas que as pessoas dão nos corredores do Tribunal de Contas por pensarem que Roan Atkinson passa os dias lá metido.

- O 3º par da isonomia é, curiosamente, entre a pianista Mª João Pires e a ministra da Kóltura - Isabel Pires de Lima. Aqui a isonomia física é assinalável - a ponto de nunca saber quem é quem - além do televisor também não ajudar (tenho de pedir um subsídio em nome de Besgais para comprar um plasma!!!). A única diferença parece ser a seguinte: a pianista comunica por carta - logo em tempo diferido; a ministra debita os valores dos subsídios em directo. E agora parece também que a pianista copiou a metodologia a Ribeiro e Castro - ao enunciar cumprir as suas responsabilidades em Besgais e no Brasil - ao mesmo tempo... E a senhora ainda dizia estar cansada e doente - e que se tinha refugiado no Brasil para descansar... Meus Deus, estamos perdidos!!!

- Sem querermos ser vulgares - até apetece aqui - com tantos e tantos problemas graves que afectam o país - apresentar a sogra do árbitro que apitou o Portugal-França neste Mundial de Futebol da Alemanha - que parece não ter par à altura. Mas este também é, ainda que nos seja difícil de engolir, um certo retrato do Portugal contemporâneo. Um país que tem um atraso estrutural medonho, um índice de desenprego na casa dos dois dígitos, uma produtividade e competitividade relativa ao nível do 3º mundo, elevada corrupção política no poder local e central, baixos índices de escolaridade, logo com elevada infoexclusão e o mais... Ainda assim, o Portugal-profundo - e as mentecaptas das estações de televisão - quase todas elas - se permitem dar importância a uma questiúncula entre comadres - como se isso fosse um projecto infraestruturante para o país!!! Por mais que a música - a toque de piano de cauda agora com sonoridade tropical - seja importante, porém, neste contexto não passe de música celestial para os nosso ouvidos e poeira para os nossos olhos. Vezes há em que me envergonho de ser português. Este é um deles. O problema da Mª João é, como ontem aqui dissémos, falta de muito carinho e amor, talvez por isso tenha ido para o Brasil, como o outro foi para Espanha... Ante esta onda de emigrações individuais, pergunto-me o que para cá vem fazer tanta brasileira em idade fértil...

  • Post dedicado a todos os gémeos portugueses que sofrem imenso com isso e que um dia sonharam ter identidade própria para nunca serem confundidos: no pior e no melhor.

Evocação de Tito Lívio - about ferox gens -

Atravessar o tempo de Sábado - no Verão - numa Lisboa vazia é um prazer para o acelerador. Se se tiver uma Honda 800/VFR já não é um prazer, é um orgasmo múltiplo em cavalinho directo. Mas este post não versa sobre rotações a duas rodas, na origem de tantas mortes, coxos e marrecos - homens felizes, belos e hirtos que depois terminam a vaguear pela rua Augusta empurrados pela avózinha numa cadeira de rodas. É triste... Adiante! As notícas do mundo continuam a não prestar pelo nosso macro-filtro: a guerra tem agora duas frentes - a diplomática - guiada por palavras, frases e muitos parágrafos nunca respeitados - nem pontuados, como faz o idiota-zaramago); e a frente das frentes: obuzes + rockets e muita, muita força aérea a fazer pum, pum, pum e as crianças a fazer ai, ai, ai, ai!!!! Que dizer destas tréguas... Em princípio, apetecia-me dizer o mesmo que a gestão do município de Lisboa: uma trampa!!! - com total respeito pelas pessoas que já faleceram nesse gratuito conflito do MO - agora ateado com as declarações do PM australiano, enfeudado que estáo States e à Comunidade judaico-financeira das praças financeiras que ordenam o mundo e não desistem de comandar as hieraraquias e as obediências (como diria a avó dum amigo meu). Só me admirei como é que o grunho falou tão tarde... Era giro agora Ronald Reagan - levantar-se da campa (que Deus me perdoe!!! amén) - e subir ao capitólio para empunhar um Outdoor gigante - do tamanho do Estádio da Luz - O Glorioso - (que começou "bem" a temporada..) - com palavras de ordem de apoio ao Hezbolla e aos Hamas pugnando pela imediata criação do Estado da Palestina - sonho frustrado de Arafat (que andou uma vida inteira com a pistola à cintura, nunca disparou um tiro e acabou por arranjar 6 hérnias discais, além da senhora sua esposa também se queixar que ele não a...., lhe dava atenção). Era bom, já agora, que todos os mortos que conheci pudessem aparecer... e. Vem isto à propôs de la guerre!!! E apetece evocar Tito Lívio -
  • Ferox gens, nullam esse vitam sine armis rati (Povo brutal, para o qual, quando já não há armas, já não há existência).

Este post segue em suporte da sua memória, mas temo que seja daqueles que também já não me ouve. E esse também é um outro problema grave, pois quando partimos deixamos de ouvir as pessoas, ainda que elas gritem!!! E não creio, neste caso, que seja por mera arrogância ou surdez!!

Meus senhores/as: Moby - Why does my heart feels so...

Instantes

O Panteão e muita África em Lisboa - via Senegal.

Sting: um senhor (no carrossel do mundo)

Craig David featuring Sting - Rise and Fall - este título poderia bem reflectir a condição em que a humanidade actualmente se encontra: decadente, bélica, estéril e improdutiva. Recorda a Rocha Tarpéia - aquele obelisco em Roma donde há séculos eram precipitados os traidores revelando, por outro lado, que entre a ascenção e a queda (das pessoas e das instituições), por vezes, só há segundos - que parecem uma eternidade. Aproveitamos aqui para homenagear Sting - um dos mais brilhantes e geniais músicos do meu tempo. Uma referência a não perder de vista. Um senhor, portanto.

Porque vai o homem para a guerra

Quando nos damos a pensar sobre as diversas motivações e agitações dos homens e os perigos a que eles se expõem na sequência da guerra - de todas elas - procuramos identificar essas causas e paixões - tão ousadas quanto gratuitas. E a conclusão a que se chega é que se os homens partem para a guerra como quem vai a um jogo de futebol ou à discoteca e aí se tornam vis - então é porque toda essa infelicidade decorre duma circunstância: não saberem ficar em repouso em suas casas.

"O pior analfabeto é o analfabeto político..." Bertolt Brecht

  • - Tenho um amigo intermitente, como a vida. E às vezes diz-me coisas que eu já sei, ainda assim fico a navegar nelas, a ponto de as mergulhar e caçar algo. Esse algo remete para uma questão: como se faz um político em Portugal?
  • - Que palavras, eficácia e autoridade são necessárias para fazer essa massa de potência política e pô-la em marcha e amanhã - na autarquia de Lisboa, numa distrital partidária, noutro qualquer órgão ou organização, pretende fazer política.
  • - Vejamos esse processo: todos nós sabemos que as palavras são terríveis, às vezes geram factos, mas não é qualquer cacique que os gera, precisamente porque não tem a autoridade (não é autor de conhecimento ou dum saber especializado) - que demora a construir e se perde num ápice.
  • - Desse modo, todo aquele que pretende gerar um facto, tem óbviamente de procurar ascender aos tais níveis de Autoridade, a fim de que as suas palavras possam ser ouvidas e levadas a sério - encontrando nas populações as respostas aos seus desejos.
  • - Imaginemos agora que, por exemplo, o actual edil da "K"apital ascende a esse posto de comando em virtude das eleições. O que é que ele teve de fazer??? Senão pôr macha toda uma tropa fandanga de "brancos e pretos" - que operassem a seu favor, ou seja, aqueles que ele entende poderem vir a ser-lhes útil na escalada das suas ambições até conquistar o poder.
  • - O político mais não faz, em rigor, do que mover essa massa disforme de gente que enche as salas de conferências e coloniza as ruas em vésperas de campanha eleitoral em prol do tal objectivo: servir o "chico esperto" que pretende organizar o rebanho e ser o seu pastor. É isto que a generalidade dos políticos em Portugal fazem. Nos outros países a mestela é parecida, mas com algum grau complementar de autoridade e de curriculo por parte dos agentes políticos.
  • - Tudo o que ele necessita de pensar é que há um lugar vago que ele quer ocupar, tudo o que precisa é afastar os outros que também pretendem esse lugar. A luta política pela autarquia de Lisboa, por exemplo, reflectiu isso ad nauseum. Com Camona a ampliar essa naúsea, sobretudo com aquele episódio das obras do WC já transitadas em julgado. Confesso que nunca fui com a cara do engenheiro, desde aí ainda pior. E cada um tem a cara que tem... Mas quem percebe um pouco de política, i.é, de comportamento humano, e tem uma cultura média, para não dizer sólida, pensaria imediatamente: este gajo não é boa rés e assim também não vai longe.
  • - Mas, de facto, o engº carmona foi um pouquinho mais longe e ganhou Lisboa, mas hoje não passa dum político de Poço de Bispo, uma espécie de estivador da autarquia ferido de morte na sua credibilidade (política) e até na sua honorabilidade (pessoal).
  • - Trocando por miúdos: o crédito eleitoral que o sr carmona desfrutava já foi queimado nestes dois últimos takes dos assessores e do alegado favorecimento pessoal que pode, segundo as leis do trib. da tutela, conduzir à destituição do actual edil da Capital.
  • - E porquê??? Por causa das palavras - que não se disseram, ié, a actual insuficiência de autoridade já não consegue ser compensada por um crédito capaz de permitir elevar-se no termómetro político. E contra ele tem também duas armas fatais: a razão e o bom senso.
  • - Eu no lugar do engº já teria feito aquele velho número de aflição para ir ao WC e aproveita para me eclipsar á francesa... Nem que fosse para usufruir as vistas dum Duplex perto das Nexexidades donde se avista o Cristo Rei, com caimbras e tudo...
  • - É a este processo, com alvará alí do nosso amigo Bertolt - que aqui designaremos o analfabeto da política - que assenta que nem uma luva a certos "inginheiros" de hidraulica gripada.
  • Image Hosted by ImageShack.usPost dedicado a todos os "chicos espertos" da política lusa que dentro e fora da autarquia faz exactamente esse role-playing: o de serem chicos-espertos - que agora rivalizam em estupidez com os próprios patos-bravos do burgo, os mesmos que têm conta aberta na Mercedes e depois declaram apenas o salário mínimo nacional. A esse fenómeno mitigado de favorecimento, compadrio e corrupção desigamos de sinistralidade política.

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A estatística do Jumento

ELE HÁ BURROS DE SONHO - QUE FARIAM AS DELÍCIAS DE QUALQUER ÉGUA...
  • Em face do exposto será caso para dizer que o Jumento não deixa os seus créditos por mão alheia, como costuma dizer-se. Mas eu quero aqui declarar que se fosse publicar as minhas próprias estatísticas, dos meus amigos e amigas do Algarve nas décadas de 80 e 90, os de Lisboa, Abrantes, Marvão, Marinha Grande e S. Pedro de Muel - juntamente com a minha lista telefónica da década de 70 do séc. XX - brochada a ouro (só nos rebordos) - aquela numerologia levava uma abada que o faria envergonhar-se daquele quantum. Seja como for, aquele valor já se torna apetecível até ao engº Belmiro que qualquer dia lhe lança uma OPA, mas o ponto, na essência, é outro. Vejamos a tabela da hispóteses para discernir a cereja no bolo:
1. Há blogs com escassos visitantes que são bons
2. Há blogs com muitos visitantes que são sofríveis
3. Há blogs que não são blogs, são uma m...
4. E há os blogs que são excepcionais independentemente do nº de visitantes que tenham.
  • - Naturalmente, o Jumento posiciona-se, em nosso entender, nesta última vertente. Mesmo com visitantes-zero tinha o valor que tem. Daria era menos coices
- Long life - são os nossos votos.

O regresso de Baltazar e a salvação do Alentejo

Consabidamente, este era o tal camelo com quem me travei de amores numa rotunda de Extremoz. E é a partir dele que felicitamos Portalegre que hoje vê a sua qualidade de vida melhorada. E porquê?
- A cidade está mais bonita
- A sua história e arquitectura são preservadas
- O ambiente ficou melhorzinho
- A memória e a identidade nacionais também
Por tudo isto o nosso amigo camelo - que chamo Baltazar - dá nota máxima. Até que enfim, salvámos o Alentejo...

Reter o realismo de ser realista...

A ler no blog - Sobre o tempo que passa -
(...)
Comemorava então o seu aniversário, pelas doze primaveras, um tal Karl Raimund Popper, que a si mesmo se veio considerar como o último filósofo das luzes e a quem devemos a explosão solar que, na estrada para Damasco, cegou, de tanto brilho, alguns ex-ilustres marxistas-leninistas-estalinistas lusitanos, os tais que, mantendo ainda hoje a metodologia do georgiano, mas mudando de amanhãs que cantam, ainda por aí cantarolam o popperismo, procurando candidatar-se a supremos inquisidores da palaciana república. Por mim, já conhecia Popper antes de os ditos desembarcarem na biblioteca onde abriram as respectivas páginas pela primeira vez e continuo a não obedecer-lhes, embora tenha obediência.
(...)
  • Obs: Ainda hoje estamos para saber por que razão o mal criado do Vasco Pulido Valente, que quando está com os azeites (ou figados..) insulta toda a gente, um dia cunhou o João Carlos Espada de "Gengis Khan". Porquê?! Será que queria atingir Cavaco...

sexta-feira

Entretanto o Estado...

... não dorme e por sugestão da Administração do Hosp. Júlio de Matos o ministério da Cultura - tenciona contratar um terapeuta para tratar a senhora Mª João, caso o Prozac e o Ritalin não produzam o efeito desejado. Quando o Brasil se der conta do problema que verdadeiramente tem entre mãos, a 1ª coisa que desejará fazer é uma nota de exportação à proveniência...
Entretanto, esta agenda já me trocou as voltas, mas como tencionava abordar o fenómeno da loucura na literatura e na política lusa - ficou tudo em casa. Deus não dorme, e há quem diga que também não é brasileiro, mas italiano...
  • Cfr., com o post infra. Cuidado com o piano de cauda, não vão as teclas cair..ou os dedos ficarem entalados, com Portugal lá dentro. Continuamos perdidos!!!

Absurdo: Prozac ou Ritalin???

Partindo do pressuposto que Isabel Pires de Lima, ministra da Cultura, falou verdade e não falseou os números, e que a pianista Maria João Pires não se encontra transloucada, pergunto-me que sevícias ocultas a artista sofreu do Estado para se evadir assim para o Brasil...: sol, praia, romance, exotismo, montagem duma nova fábrica de pianos com madeiras indígenas capazes de ecoar novas sonoridades. O quê?!! De facto, é-me difícil responder a isto. Confesso também que ao ouvir a srª pianista na rtp1 - me vi no papel daquele terapeuta ante uma comunidade de toxicodependentes e de esquizofrénicos da Musgueira ou, mais surrealisticamente, parado nos semáforos da Av. de Roma com a Av. do Brasil a..., acender um cigarrinho a um tipo que se fazia passar pelo Salvador Dalí - e ver quando é que um avião de 5 asas e de 7 turbinas aterrava na Praça de Londres e os passageiros - regressados duma cura de sono & toxicodependência a São Salvador da Bahía - aportavam alí à pastelaria Mexicana para comer uns bolinhos feijão, uns quecas acompanhados com chá anti-loucura. Diante do exposto, e sem querer ser injusto com ninguém, muito menos com a Isabel P. de Lima, grande especialista em Eça (que morreu sem conhecer o Brasil, enfeudado que estava a França...) - pareceu-me não ser necessário invocar Sigmund Freud para validar este diagnóstico: a senhora está mesmo doente. E quando se está assim a coisa também já lá não vai com mais subsídios, talvez um...Proz...
- Desejamos-lhe sinceras melhoras.
  • NB: se a coisa não for lá com Prozac, sugerimos Ritalin - a fim de combater dores sem causa, hiperactividade, impulsividade, chamadas de atenção à sociedade/Estado - entre outras desordens do foro psiquíco que até no Brasil se podem agravar...
  • Como não queremos que as pessoas ditas "normais" fiquem também todas loucas dedicamos este post aos pianos de cauda que apanharem por aí. Mesmo os da Bahía...
  • Se amanhã ouvirmos a notícia que alguém se barricou à porta da Gulbenkian ostentando uns Outdoors reclamando os 5% do petróleo do Médio Oriente... com promessas de querer partir a cara ao Emílio Rui Vilar - já sabemos de quem se trata... Estamos perdidos!!!
  • Maria João - precisa é de muito amor e carinho... Não é!!!

Evocação de Max Weber - o maior sociólogo da modernidade

É com Weber que temos aprendido alguma coisa, por isso é justo reconhecê-lo aqui, ainda que seja por saber como é que se não pode ter ideias, ou melhor, casos elas existam - como é que elas nos chegam: de barco, de avião, de eléctrico... As ideias chegam-nos quando lhes apraz, dizia Weber. Sendo que as melhores delas ocorrem à nossa mente da seguinte forma: ao fumarmos um charuto no sofá; ou ainda quando caminhamos por uma rua que sobe lentamente; de qualquer modo, as ideias chegam quando não as esperamos, como as multas já esquecidas, e não quando estamos pensando nelas. Não obstante isso, elas - as ideias - também não nos ocorreriam se não tivéssemos pensado à mesa e buscado respostas de forma apaixonada, ainda que nem sequer gostemos de fumar charutos...

No idea: materialização impessoal

O que um homem poderá pensar, dizer ou escrever de um mundo assim, com esta narrativa: - motivado para a guerra permanente; - convocando o carácter frenético das estações de tv que assim não têm de falar de Carmona e conexos; - identificando greves, estaladas e outros assassínios no Portugal-profundo; - sinalizando as falhas entre governo e concertação social; - nos lucros exponenciais da banca - toda ela; - no drama do meio milhão de desempregados que contrasta com as intenções e programa do governo; - na "injustiça" do sistema de Justiça - incapaz de despachar compulsivamente para a reforma o sr. souto e setenciar os pedófilos em Portugal; - um sistema empresarial débil, com empresas a falir e deslocalizações a multiplicarem-se como cogumelos;
- a referenciar a alta sinistralidade política. - Enfim, tudo isto faz parte do retrato do meu tempo, integra o nosso fotomaton em 3 min. Talvez seja por isso que hoje estamos sem ideias, o que nos leva a perguntar como se pode estar assim - num mundo com Liberdade mas sem Igualdade. - E a resposta é: não faço a menor ideia. - Em rigor, ninguém sabe como se faz para que não tenhamos a menor ideia. - Eu, pelo menos, não faço a menor ideia.

Um dueto a pensar: Mª João Pires & Saramago

  • ISTO É QUE É PENSAR, EM NOTAS... MÚSICAIS, É CLARO!!! A pianista Maria João Pires anunciou ontem, em entrevista à RDP/Antena2, que vai instalar-se definitivamente no Brasil e desistir do Centro para o Estudo das Artes de Belgais, próximo de Castelo Branco, numa quinta que comprou há sete anos. Em Portugal, afirmou, "estava a ser vítima de uma verdadeira tortura". "Parto para me salvar um pouco dos malefícios que Portugal me estava a fazer", explicou Maria João Pires, considerando que comprar casa no Brasil - país onde ia "respirar" - é um "momento de coragem". Sem adiantar pormenores do que motivou a decisão. Há muito que a mais internacional - e premiada - dos pianistas portugueses se queixa dos problemas de financiamento de Belgais, e há muito que viaja com regularidade para o Brasil. Mas não se esperava que seguisse o exemplo de José Saramago, o escritor que preferiu o "exílio" na ilha de Lanzarote.
  • Duas obs:

1. A srª Mª João Pires é pianista, toca bem, já foi premiada mas não tinha verba, ficou doente, acusou o governo de sevícias e emigrou para o Brasil - para não adoecer mais - diz;

2. O sr. Zaramago - é escritor, julga que sabe escrever, ainda por cima bem, projectou-se quando um subsecretário de Estado de Cavaco lhe vetou um livro (por erro de cálculo - que o escritor aproveito ao máximo com o marketing disponível do pcp e conexos), iludiu o júrio do prémio nóbel, sacou os 30 mil cts do prémio, e também emigrou - para Espanha.

  • Meus senhores - o que une estes dois artistas - além da excelência da desgraça? É que um enriqueceu à sombra de Portugal, a outra empobrecia e ficava cada vez mais doente.
  • - Pergunte-se agora aos portugueses - muitos deles com mais valor do que a pianista e incomensuravelmente mais valor do que o nobel (o que também não é difícil) - se também estão a pensar emigrar por falta de subsídio???
  • Por este andar, qualquer dia só cá ficam os sobreiros, o sol e a praia...Ah, e os livros do zaramago lidos pela malta idosa recém-reformada na casa dos 70. Aos outros que o lêem pedimos desculpas por não saber naquilo que se metem.