segunda-feira

Marcelo quer ir a Primeiro-Ministro... É uma questão de coerência intelectual

EU É QUE SOU O PRIMEIRO-MINISTRO..., JÁ QUE NÃO POSSO SER O "PRESIDIENTE"...

Eis a frase que o doutor Marcelo deverá dizer "n" vezes para os seus botões. Cavaco ainda está em Belém, muito provavelmente fará um 2º mandato, como Soares e Sampaio, e Marcelo não quererá continuar por muito mais tempo atrás do televisor fazendo futurologia política que depois nunca se concretiza. Marcelo acha que vale (politicamente) mais do Meneses e Santana juntos, o que também não é difícil, e, doravante, para ser coerente com o que vem defendendo nas suas análises - que têm, aliás, perdido audiência.

Por extensão, também entende que vale mais do que o engº Sócrates, razão por que é bem capaz de se perfilar na liderança do PSD para disputar contra Socas as eleições legislativas em 2009. Tanto mais que agora até tem uma sondagem de suporte a essa intenção, e as próprias bases do psd também não hesitariam em preterir Meneses para se montarem nas cavalitas do professor - nem que fosse para voltar a perder as eleições, em que Marcelo é também um grande especialista, além do comentário.

Mas o problema que Marcelo irá colocar nem é tanto ele próprio (e os seus anticorpos), mas a inevitável coligação que terá de fazer com Paulinho Portas (pois não se está a ver Marcelo coligar-se com Louçã ou Jerónimo!!!) - numa espécie de reedição da AD-2 ainda mais artificial do que a aliança feita com o cds há uma década, e que acabou com a vida política de Marcelo no psd quando se chegou ao fim desse artificial acordo feito de forma top-down - sem nenhuma legitimidade das bases do partido.

Pela minha parte, e apesar de Marcelo em Março último ter excluído essa possibilidade, ele quer, de facto, concorrer já em 2009 contra Sócrates, e vai queimando em lume brando Meneses para que esse resultado produza circunstâncias que o permitam.

Volvidos 6 meses de liderança, Meneses não descola nas intenções de voto, antes dá de si uma imagem estafada e sem alternativa ao PS e até perde para Louçã, Jerónimo ou Portas na esgrima da oposição. Recorde-se, para agravar a situação, o facto de Meneses não ser deputado, o que também dificulta essa visibilidade pública a cargo de Santana que, consabidamente, anda a "apanhar bonés" desde que foi escolhido para o cargo de presidente do grupo parlamentar do psd - na sequência da negociata feita de compra de votos entre ele e Meneses para demoverem Marques Mendes da anterior liderança do partido da Lapa.

Cabe, portanto, a Marcelo afirmar-se, sair da sombra em que as suas análises há muito se transformaram e que vá, de facto, a eleições contra Sócrates em 2009, nem que seja para perceber, once again, que de pouco valem os mergulhos no Tejo, as braçadas no mar do Guincho (que o privam de almoçar) ou os comentários a Flor Pedroso - ainda que tudo pese para abalar e espartilhar ainda mais o actual psd de Gaia - que vive em paz podre permanente.

Caberá, pois, a Marcelo sair da penumbra analítica, deixar o seu papel de conselheiro de Estado - donde envia recados para Belém através dos seus comentários televisivos, como se fosse um médico a prescrever, alternadamente, Lexotans e Viagras a Cavaco nesta República do impensável em que Portugal há muito se transformou.

Temos, portanto, Marcelo em 2009. A grande questão que aqui se coloca é saber que número de ilusionismo o professor de Direito Constitucional intentará para fazer desaparecer Meneses sem o "matar". Até porque Meneses, secundado por Ribau, já disse que "nem à bomba" sairia da liderança do PSD.

Enfim, mais um berbicacho para Marcelo..., prisioneiro que está da sua circunstância mais a do partido a que pertence.

E se somarmos estas circunstâncias à globalidade dos seus comentários, perceber-se-á que, apesar de Marcelo nunca ter governado, é ele que se encontra dentro de um colete-de-forças...

Nova modalidade de fazer política em Portugal: abrir feridas intestinas...

Gato Fedorento - Alberto João Jardim

Hoje a política não se faz através duma eficiente concepção de ideias, projectos e de medidas para aplicar aqueles projectos na sociedade mediante a execução de políticas públicas.

Hoje, ao invés, a política assumiu outra tonalidade e parece alicerçar-se na capacidade que certos players têm de abrir brechas junto da oposição ou mesmo do governo. Ou seja, dentro do PSD as lutas intestinas substituíram a tradicional contenda política entre o partido da Lapa e o partido do Largo do Rato (António Borges, Pacheco Pereira, Marcelo, Aguiar Branco, Sarmento Rodrigues não dão descanso a Meneses); e mesmo entre o Governo são alguns dos seus mais destacados membros que se dedicam a desgastar o Executivo dando, desse modo, uma ajuda preciosa à oposição.

Guilherme d' Oliveira Martins (no Trib. de Contas) e Jaime Gama (Presidente da AR, e 2ª figura do Estado) são os mais recentes arautos desta nova "teorização da ferida intestina" que explica boa parte da conduta dos agentes políticos em Portugal.

Ou seja, quanto maior e mais intenso for o buraco da ferida intra-partidária mais capital-simbólico e político o agente activo parece creditar na sua escala de valores na esfera pública. Assim sendo, esta novel teoria política da ferida encontra nos drs. Oliveira Martins e Jaime Gama (que já revelaram ser portadores de imenso potencial destrutivo) os novos heróis da República - tornando o Tribunal de Contas e a AR - por extensão - duas instituições de referência dessa nova e singular conflitualidade política no burgo.

Será caso para dizer que cada um destaca-se como pode...

ALBERTO JOAO JARDIM

A República interroga-se, fascinada, acerca do que...

... têm em comum os drs. Guilherme d´Oliveira Martins e Jaime Gama!?
Image Hosted by ImageShack.us Há quem diga que a resposta repousa num ardente amor à pátria animados por uma férrea vontade de resolver os problemas da nação.

Apesar de ninguém acreditar neles...

Santana Lopes e Jaime Gama: o "efeito Xanax e Viagra" na política à portuguesa

Quem não se lembra da forma como Santana Lopes tomou posse como PM no Palácio da Ajuda, num dia quente de Verão, com o protagonista empastelado à procura da folha exacta do discurso para prosseguir a sua oratória num governo sem legitimidade popular - na sequência da fuga de Durão Barroso para Bruxelas - que se veio a revelar um fiasco total, sinal da própria tomada de posse que adiou Portugal por um semestre. Nem como laboratório político ou experimentalismo técnico essa prestação de 180 dias teve qualquer interesse nacional. Mas o balanço do passivo dessa página negra da história política recente de Portugal constitucional já está feito e julgado, e ficou conhecido - em certos meios intelectuais - como "o efeito Xanax da política portuguesa" - a avaliar pelos próprios sintomas físicos que nessa ocasião o então recém-PM revelou.
Agora, Jaime Gama - com quem nunca supus estabelecer um paralelo político com S.Lopes, revelou comportamento equivalente, mas de sinal oposto. Explicito: Gama, tão só a 2ª figura na hierarquia do Estado, deslocou-se à Madeira no âmbito da ANAFRE (Ass. Nacional de Freguesias) realizado no Funchal, e no encerramento desse Congresso - o referido Gama abre a boca para tecer um retumbante elogio a Alberto João Jardim. E foi mais longe no exagero, apresentando mesmo o Alberto Jardim como um estudo-de-caso de sucesso entre os autarcas, que fez um trabalho notável na Madeira.
A dado momento pensei até tratar-se duma cerimónia de apresentação de um novo software cujo produto visaria prevenir exageros e dislates em que um engenheiro de sistemas da Microsoft tecia grandes elogios a Bill Gates, seu patrão. Mas não, tratava-se de Gama - um ilhéu - deslumbrado com Alberto e com as suas rodovias (num namoro político surpreendente) - que ao longo destes 30 anos tem beneficiado de recursos que lhe permitiram fazer obra que, em rigor, qualquer bom gestor autárquico faria sem os defeitos de nepotismo, cunhismo e autoritarismo de que Jardim é fundamentadamente acusado pelas mais diversas forças partidárias na ilha.
Mas Gama não foi sensível a essa outra faceta da realidade da Madeira que todos nós conhecemos, e elogiou Alberto com desmesurado e surpreendente exagero que contraria, de resto, o seu habitual common sense. Terá Gama apanhado alguma insulação!!?? Terá comido alguma ameijoa inchada, berbigão ou marisco fora de época!?
Assim sendo, como Santana Lopes tomára Xanax para estar calmo na tomada de posse no Palácio da Ajuda - é lícito afirmar que Gama ingeriu um contentor de Viagra para tecer os elogios que fez a Alberto da Madeira.
Um pouco mais de reserva e de recato era exigido a Gama, não por ele integrar o PS e Alberto o PSD, um adversário político, portanto. Mas pelo facto de nem a realidade das coisas nem as funções na hierarquia do Estado que Gama hoje desempenha (que não devem ser confundidas com funções partidárias) - o autorizariam a tanto exagero.
E bem sabemos que os exageros são, por natura, todos ridículos, ridicularizando quem os professa.
Perante este triste episódio sou de opinião que quando amanhã Gama regressar à AR para prosseguir os seus trabalhos - fá-lo-á com menos autoridade do que quando partiu para a Madeira.
PS: Seria desejável que amanhã ou depois - quando Portugal tiver de receber um alto dignitário de Angola, Cuba ou de qualquer outro País com quem mantemos relações diplomáticas - apesar de não serem verdadeiras e autênticas democracias pluralistas - seja o Chefe de Estado - que esteja presente, ao menos Cavaco tem dado a garantia aos portugueses que representa bem Portugal.

domingo

Há duas espécies de autarcas: os que "sim" e os que "não"...

Como em tudo na vida, há sempre duas espécies de homens, mormente na esfera pública em que os interesses avultam e a ambição e desejo de enriquecimento rápido torna a natureza humana mais permeável às tentações desse vil metal que, por regra, incorrem em ilícitos penalizados pela lei. Apesar de em Portugal, como é sabido, a culpa tende a morrer solteira, razão por que certos autarcas em lugar de estarem na cadeia estão, simplesmente, no exercício de funções autárquicas. Este quarteto é, apenas, uma amostra conhecida do Portugal-profundo e miserável que temos, e, entre outras coisas, revela bem o funcionamento e capacidade do sistema judicial em Portugal, mormente no apuramento, celeridade e julgamento daquilo que podemos designar por crimes ligados ao universo complexo e oculto da corrupção política.
Libertos do princípio republicano do limite de mandatos, os autarcas assumem um grau de poder pessoal que não deve comparar-se com o poder dos demais titulares de cargos públicos. De resto, a sua benevolência ou hostilidade pode beneficiar certa empresas ou grupo de empresários, mas também pode penalisar ou mesmo arruinar certos agentes sociais e económicos ou meros cidadãos. Esta dualidade é, por maioria de razão, aplicável à relação do poder das autarquias com os chamados "patos bravos", ou seja, os construtores civis, que hoje já não andam de mercedes com o palito na boca e com o cotovelo à janela enviando cuspidelas para a via pública enquanto estacionam à beira das obras.
Hoje, tudo é mais sofisticado, porém existem certos procedimentos que ainda se mantém e que visam alimentar aquela dualidade que acima referimos. Na prática, basta atrasar certos pedidos de resposta para efeitos de licenciamentos de obras para que os custos financeiros das mesmas se demorem e arrastem no tempo, e sendo assim os custos disparam e tudo se transforma num tremendo pesadelo.
A lentidão das respostas das autarquias constitui, desse modo, uma forma de manobra política e, ao mesmo tempo, uma marca do pior dos procedimentos corruptos que, infelizmente, algumas autarquias em Portugal ainda hoje praticam para "sacar" (ou extorquir, como se quiser ver o problema) dinheiro aos cidadãos, aos empresários que querem realizar as suas obras. Mas é óbvio que neste jogo há sempre contrapartidas para as autarquias, para os empresários e, por regra, quem fica penalisado é o próprio cidadão, por ser o elo mais fraco dessa cadeia de relações tão complexas quanto obscuras.
Paralelamente, as pequenas autarquias ao gerirem "criteriosamente" a "caixa dos interesses e dos favores", estão a gerir o seu próprio futuro e a afastar cada vez mais do poder a oposição - por via da "compra de recursos" que lhes permita dilatar no tempo a sua permanência nesse mesmo poder.
Por outro lado, a lógica da proporcionalidade do poder, que remonta a 1976 e foi uma conquista importante do PCP a fim de viabilizar a sua presença no poder autárquico e conferir uma garantia de democraticidade, já não têm o mesmo valor que há uma ou duas décadas. Pois é sabido que em certos casos a "oposição também se compra" a fim de viabilizar maiorias funcionais que permitam fazer aprovar as propostas votadas. O passivo deste sistema implica que os autarcas do chamado centrão (PS e PsD) têm de partilhar benesses perante a central sindical dos autarcas que é a Associação Nacional de Municípios. Tal implica que a partilha dos interesses e das benesses públicas observe uma lógica transpartidária e não uma lógica partidária ou mesmo sectária, como à partida se suporia.
Veja-se o exemplo purificador (e singular) de Rui Rio quando este chegou à Câmara Municipal do Porto - onde hoje desempenha funções. Rio chegou e denunciou imediatamente as patranhas e a corrupção instalada na autarquia da 2ª maior cidade do País, meteu Pinto da Costa no seu devido sítio, cilindrou os compadrios, intensificou os processos judiciais, impediu que muitos oportunistas continuassem a enriquecer ávidamente gerando desigualdades sociais gritantes e criou hábitos, práticas e uma cultura de maior transparência política que hoje é muito positiva no clima de confiança geral na vida da cidade e na sua relação com os seus agentes e forças vivas. Mas é óbvio que esta nova cultura de justiça e de transparência imposta por Rui Rio na cidade do Porto - desagradou a muita gente, os mesmos que dantes viviam sentados à mesa da gamela do orçamento da autarquia.
Mas paralelamente a este tipo de corrupção mais dura - existe, diria, aquilo a que poderia chamar a corrupção soft, i.é, aquela que não envolve directamente ilícitos ou actos que violem gravemente a lei, mas que pressupõem esquemas de sedução pública e de efeitos de colagem a clubes de futebol, promessas mais ou menos estabelecidas entre eles, apoios cruzados entre massas associativas e certos agentes autárquicos e todo um conjunto de relações que visam estreitar esse tipo de relacionamento entre autarcas e agentes desportivos que, por força da natureza das coisas, envolvem as massas associativas desses clubes que, nos momentos eleitorais, acabam por ter alguma influência - directa ou indirecta - na eleição de determinados autarcas. Este tipo de relações acaba por desvirtuar a democracia pluralista e o rule of law...
Ora, esta relação de sedução semi-pública, em inúmeros casos acentuada com permanência em programas de carácter desportivos que contam com a presença de certos autarcas que comentam o fenómeno desportivo de forma sistemática, deveria ser revista pelo legislador em nome do chamado interesse público (maior) que deveria ser acautelado. Permitir a situação que hoje existe é um convite à eventual promiscuidade entre agentes políticos locais e agentes desportivos no habitual trade-of entre esses dois mundos que hoje se fundiu nessa perversidade que responde pelo nome de "futebolítica".
De resto, e já que a Associação Nacional de Municípios deseja a transparência, deveria começar, desde já, por dar o exemplo e assegurar a defesa dos autarcas - independentemente da sua filiação partidária - que passaria, naturalmente, por evitar que esses agentes políticos se possam passear (e autopromover) de forma sistemática por programas públicos de tipo exclusivamente desportivo - sem que daí resulte um comentário desportivo especializado e qualificado mas, perversamente, se enraize um tipo de relacionamento entre certos autarcas e certos clubes de futebol tendente ao reforço dos interesses mútuos que nesse perigoso e promíscuo jogo de sedução político se estabelece.
Um jogo sempre obscuro e que, por regra, lesa o interesse público, baralha o já cego Tribunal de Contas, não valoriza a verdade desportiva e apenas dá azo a que um grupo de pessoas vaidosas, arrogantes e egocêntricas se aproveite abusivamente dos contactos mediáticos de que dispõem para inflacionar a sua notoriedade e conquistar o poder autárquico em Portugal ou, em certos casos, reforçar as condições objectivas para o seu reforço no quadro da sua manutenção no poder.
Se a Lei não olhar para este tipo cruzado de interesses promíscuos entre alguns agentes do poder local/autarcas e alguns agentes desportivos (lato sensu) será a sociedade, no seu conjunto, que deverá censurar este tipo de práticas e de aproveitamentos manhosos que o Poder local vai registando em Portugal sem que daí resulte algum benefício acrescido para os munícipes das vilas e cidades deste nosso querido Portugal.
Até que esta censura social se estabeleça entre nós como prática saudável, continuará a haver sempre pequenos políticos oportunistas que farão dessa parasitagem do fenómeno ligado à futebolítica um meio de singrarem na política (local e nacional), e enquanto estes esquemas sociais perversos forem permitidos entre nós o paraquedismo político em certas autarquias continuará, lamentavelmente, a ser uma triste realidade.

sábado

O dr. Seara, Lisboa e o Benfica. E o dr. Rui Rio e o Mourinho...

O dr. Seara era do cds mas percebeu que só chegaria ao Executivo de uma autarquia se se encostasse ao psd, foi o que fez. Ainda hoje grande parte dos sintrenses estão para saber como é que esse "paraquedismo político" funcionou em Sintra preterindo João Soares, já com experiência autárquica e com obra feita nesse domínio na Capital.
Mas antes de equacionar esse cálculo, outro esteve subjacente no calculismo global do dr. Fernando Roboredo: apoiar-se na muleta do que o Benfica representa através da sua massa associativa e dos votinhos que advêem dessa colagem tão cínica quanto perversa que junta o pior da política com o pior do futebol numa publicidadesinha angustiante. De resto, e salvo melhor opinião, aqueles programas de análise desportiva - onde colabora - reflectem bem os conhecimentos expendidos, mais parecem aqueles porta-vozes dos partidos políticos que repetem ipsis verbis a vox do dono, neste caso aquilo que as respectivas massas associativas desejam ouvir. É deprimente...
Talvez não seja por acaso - que alguns desses "players da futebolítica", meteóricamente promovidos a "treinadores de bancada" - sejam conhecidos pelo nome de "tretas", sintoma de que algo vai mal na política, no futebol e nas estranhas relações que por vezes se estabelecem entre esses poderes no sistema.
Para o ano teremos eleições autárquicas, e do dr. Meneses, líder dum partido em permanente paz podre, já referiu que o dr. Seara será a melhor opção para derrotar António Costa na capital. Sim, porque no dr. Santana lopes já ninguém acredita, nem o dr. Meneses - com quem partilha a liderança bicéfala de um psd em que ninguém crê, nem do dr. Seara - salvo para beneficiar do apoiosinho à sua candidatura a Lisboa, após deixar os sintrenses pendurados e a massa associativa do Benfica a postos para dar o seu contributosinho logístico - não vá o aparelho do psd nessas eleições ficar desmotivado ou ir para a praia.
Desta feita, Seara em Lisboa será um remake, v.q., o ano passado o seu nome foi avançado, juntamente com o de Ferreira Leite - mas como ambos rejeitaram por saber antecipadamente que perderiam, tiveram de chamar o dr. Fernando Negrão, o "super-polícia" de serviço - que não passou duma cunha pronta a ser sacrificada, qual bode expiatório. Tanto mais que o psd teve de partilhar o seu já difuso eleitorado com o prof. Carmona - que espartilhou ainda mais o então partido de Marques Mendes - que perdeu a autoridade dentro do partido por "não ter segurado" Lisboa - que migrou para o PS. Enfim, um enredo tão problemático quanto complexo - ante o deserto de ideias, de quadros e de projectos no partido da Lapa.
Sendo certo, que um dos grandes responsáveis desse deserto (não é Mário Lino) mas Cavaco - por ter secado a emergência de novos quadros nas décadas de 80 e 90 do século passado - enquanto foi PM e que hoje não existem.
Portanto, os dados estão lançados: teremos Sintra mais livre (porque liberta da inexperiência e do experimentalismo do dr. Seara) e a Capital terá, doravante, de abrir as suas ruas, avenidas, praças e pracetas para o dr. seara e a massa associativa do Benfica passarem em ambiente de bandeiras triunfais... Nem que seja no lançamento de uma nova campanha de marketing com vista à angariação de novos sócios - para dar alento ao Benfica. Se assim for, seara fará aquilo que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, não consegue..
O problema é que, também aqui, o Benfica é um grande club, com milhares de sócios mas já não ganha um título há muito...
Veremos se não dá um vaipe a Rui Rio - que farto do Norte e das tropelias do Pinto da Costa e dos feudos que este apoia na penumbra contra o autarca - resolva descer à capital e dar um ar da sua graça. Não para demover António Costa da capital, mas para baralhar Meneses, relativisar o papel futebolítico de roboredo Seara e marcar posição para, no seio da futura liderança do psd, dizer às tropas que podem contar ele.
Nesse caso, Meneses (como santana) não passará de um interregno e duma nota de pé-de-página entre Marques Mendes e Rui Rio na futura liderança do psd.
A alternativa a este quadro poderá passar pelo seguinte cenário: o dr. Roboredo reconhecerá, pela 2ª vez, que não tem hipótese de ganhar contra António Costa e retira a sua candidatura para ficar sentadinho no aconchego queirosiano de Sintra (pelo menos não fica politicamente desempregado, se outro não lhe arrebatar o lugar); e Meneses, desesperado, avança com o nome de Mourinho para Lisboa..., quiça na vã esperança de converter o Terreiro do Paço num imenso estádio de futebol - ópio do povo para meter as multidões em fúria - como quem dá pão e circo à plebe para a manter animada e divertida na cidade.
Sem querer ser fatalista, com este psd tudo é possível. Até Meneses regressar à pediatria donde, aliás, nunca deveria ter saído. Dizem até que foi um bom médico!!!
Eu é que já não acredito em nada!!! E nos estádios de futebol também não me apanham.
PS: Esta pequena reflexão esteve para assumir outro título: "as tretas do mundo da futebolítica em Portugal".
PS1: Dezenas de pessoas que moram na linha de Sintra sublinham que um dos "castigos" que deveria ser imputado ao actual autarca de Sintra seria percorrer, como fazem centenas de milhar de pessoas diáriamente, os 20 Klm que distam Sintra-Lisboa em horas de ponta demorando, para o efeito, as crónicas 2h. de viagem. Fazê-lo todos os dias, duas vezes por dia.

Anima Sound System - 68

Anima Sound System - 68

Kenny G Sade e Song Bird + Moloko (Familiar Feeling)

Kenny G Sade
Kenny G - Song Bird

Moloko - Familiar Feeling

sexta-feira

A sociedade (de valores) puritana em Portugal...

O EXPERIMENTALISMO VALORATIVO DO arqº TOMÁS TAVEIRA EM EQUAÇÃO...
Image Hosted by ImageShack.us

Ao ler a reflexão infra lembrei-me de um episódio que abalou as estacas morais e éticas da sociedade portuguesa em pleno cavaquismo, e que remete para o escândalo decorrente das práticas sexuais do famoso arqº Tomás Taveira com algumas das suas parceiras. Algumas, pensa-se, integravam a alta roda e ocupavam uma importância social e política que ía muito além das cabeleireiras e das senhoras que trabalhavam nas lojas de roupa e floristas do então extravagante Shopping das Amoreiras concebido por aquele arquitecto - que viu a sua vida familiar fragmentada, com os seus fihos e mulher a emigrar a fim de atenuar os efeitos dessas práticas e das ressonâncias que tiveram na imprensa nacional e nos media espanhóis e um pouco por toda a Europa.

Hoje, diante da discussão moral e filosófica acerca da questão de saber se o melhor para uma sociedade e para o Estado em Portugal radicaria numa sociedade com valores puritanos à norte-americana ou numa sociedade mais liberal nos costumes à europeia - pergunto-me como reagiria a população portuguesa se, porventura, o governo português, independentemente da sua côr ou filiação partidária, convidasse o arqº Tomás Taveira para ministro da Cultura ou secretário de Estado das Obras Públicas...

Seria caso para dizer, não sem graça, que o arqº Taveira strikes back - e, ao mesmo tempo, seria muito interessante registar as reacções dos portugueses a esse eventual convite após o que se passou há 20 anos.

O objectivo deste exercício seria mais do que retórico, ou seja, se a reacção dos portugueses a esse hipotético convite fosse do tipo puritano e fundamentalista permitia-nos concluir uma coisa; se, porventura, a reacção fosse mais liberal e aberta - a conclusão seria naturalmente outra.

Naquele caso tal permitia supôr que estaríamos mais perto da sociedade de valores (puritana e dura) vigente nos EUA; se, ao invés, a reacção fosse mais liberal poder-se-ía concluir que rejeitaríamos aquele modelo de valores e comungaríamos mais da escala de valores liberal que tende a não ver nos actos privados consequências públicas.

Bem ou mal, quando hoje olhamos para a fauna política que temos sou de opinião, com honrosas excepções, que muitos gozam das virtudes de que eu não gosto e nenhum dos vícios que eu admiro.

Esperemos, doravante, que as autoridades competentes não tenham a tentação de convidar o arqº Tomás Taveira só para confirmar ou infirmar desta suposição que tantos estragos provocaram na sociedade portuguesa, além de ter produzido imensa dôr a muitas e boas senhoras (algumas já avós...) que hoje, creio, nem sequer desejam sonhar que um dia se viram nessas cenas - que circularam através de videotape de Norte a Sul de Portugal e além fronteiras...

Imagino o que muitas senhoras dirão à propos desta questão ético-filosófica: o tempo passa, mas a memória fica.

E as feridas também...

DETALHES - por António Vitorino -

DETALHES [link] António Vitorino
jurista
Os europeus normalmente recusam reconhecer que a vida política americana tem sempre grande impacto no Velho Continente.
Mas basta atentar na projecção da corrente campanha eleitoral nos EUA para verificar como as opiniões públicas europeias seguem atentamente o que se passa do outro lado do Atlântico.
Com efeito, desde há várias décadas a política americana tem sido um laboratório de inovação que antecipa tendências que, mais cedo ou mais tarde, acabam por assentar arraiais na Europa.
Por isso, muitos especialistas europeus em eleições e campanhas eleitorais, além de responsáveis partidários, seguem de perto a conduta dos partidos e candidatos americanos.
Ora um dos aspectos em que os padrões americanos não têm tido sequência directa na generalidade dos países europeus diz respeito à correspondência dos padrões de conduta privada dos políticos e sua projecção na vida pública.
As últimas semanas têm sido férteis em exemplos.
Tudo começou com a demissão do governador do estado de Nova Iorque: um político oriundo da vida judiciária, eleito com base numa campanha de moralização da sociedade, que era frequentador de uma rede de prostituição. O seu substituto, o vice-governador que foi promovido na sequência da demissão daquele, veio logo a público (com a mulher) divulgar que no passado, no decurso de uma crise conjugal, ambos haviam cometido adultério, mas no seu entendimento tal facto, agora confessado, não o impediria de exercer o cargo a que acabara de aceder.
Estes dois casos revelam formas distintas de assumir a projecção da vida privada na assumpção de responsabilidades públicas. Independentemente das diferenças entre os dois, o ponto comum é o de que em ambos os casos o juízo de carácter sobre os titulares de cargos públicos abrange a sua esfera privada.
Esta cultura política de escrutínio exaustivo da vida privada, naquilo que ela tem de mais íntimo, felizmente que não se encontra (ainda) presente na vida política europeia, com excepção da imprensa tablóide britânica, embora aqui sem o impacto e a projecção colectiva que tem nos Estados Unidos.
O mesmo, contudo, já não se verifica quanto à situação fiscal dos candidatos. Esta semana, Barack Obama divulgou os seus rendimentos e responsabilidades fiscais nos últimos seis anos, desafiando Hillary Clinton a proceder da mesma forma. Na Europa, de igual modo, o perfil contribuinte dos titulares de cargos públicos tem vindo a acompanhar de perto a evolução americana, sendo hoje claramente um elemento relevante de valoração de candidatos e de políticos em exercício de funções. No seu conjunto pode-se dizer que a vida privada dos políticos releva dos dois lados do Atlântico, diferindo contudo a fasquia do escrutínio público quanto ao âmbito das matérias desse foro privado que relevam para o julgamento dos eleitores.
Esta diferença corresponde também a uma distinta valoração que americanos e europeus fazem dos políticos. Na realidade, de um modo geral, pode-se dizer que a opinião pública americana tem os seus políticos em melhor conta do que os europeus têm os seus. Por isso, a exigência de exemplaridade na conduta dos políticos é mais ampla entre os americanos do que entre os europeus.
Só que nos Estados Unidos essa exigência leva os políticos, por vezes, a pretenderem elevar-se à categoria de heróis. Esta semana a senhora Clinton foi vítima desse excesso de zelo, ao apresentar-se como um modelo de virtudes ao desembarcar em Sarajevo debaixo de fogo de atiradores furtivos no final dos anos 90. Logo de seguida as televisões mostraram imagens tranquilas de um desembarque com a filha bem longe do cenário dantesco que a candidata havia descrito, o que a obrigou a uma retractação pública. E, contudo, só quem não esteve de facto na Bósnia nesses tempos é que pode ignorar que o perigo dos atiradores furtivos era então bem real...
Por isso a visita da senhora Clinton foi um acto de coragem que ninguém pode negar. O que a perdeu foi o exagero e a vertigem da heroicidade. E aos heróis não se perdoa que falhem nos detalhes.
PS: É interessante ver como António Vitorino (AV) enquadra aqui uma reflexão sobre a história das ideias políticas e o modo de formação cultural que teve a sua génese na Revolução Americana, em 1776 - cujas correntes de pensamento assentaram uma década mais tarde no Velho Continente, mormente em França (País europeu de vanguarda) - donde depois inundaram os restantes países da Europa, quando, na prática, se esperava uma reflexão sobre a Lusofonia ou o estreitamente da cooperação entre Portugal e Moçambique.
Mas ainda bem, no que concerne ao puritanismo fundamentalista vigente na sociedade norte-americana - que exige dos seus agentes políticos condutas de heróis - que essa matriz cultural e comportamental não singrou nos países do Velho Continente. Doutro modo, muitos dos agentes políticos e titulares de cargos públicos, desde políticos a juízes, passando pela chamada alta administração, já teria sido demitida por quem ainda estivesse imaculado desses pecados da carne. Tais são os pecadilhos de origem sexual e conexos que - de forma mais ou menos genérica - afectam inúmeros agentes sociais e políticos, ainda que não se descubram, embora sejam inerentes à própria natureza humana.
Lembremo-nos do que sofreu (políticamente) Bill Clinton só porque teve um momento de fraqueza e pôs a srª Mónica Lewinski a fazer aquilo que, provavelmente, mais ninguém faria com ela. Lembremo-nos da conduta persecutória e execrável que o então Procurador teve para com Bill Clinton em nome dum puritanismo que, em termos privados, todos desrespeitam.
Ora, toda esta discussão, apesar de considerar que deve haver limites para tais práticas desviantes e que podem colidir com o chamado interesse público, evoca-me a conduta do Alipiosinho de Abranhos soberbamente descrito pelo melhor romance político de Eça de Queirós, ao ver nele um homem que pretendia ser deputado e ascender na vida social à conta do Desembargador Amado, mas em termos privados frequentava as meretrizes e quando chegava a casa emborcava na garrafa do gengibre.
Numa palavra: o fito era vender uma fórmula - moralidades públicas, vícios privados, e é de certo modo isso que hoje o puritanismo cínico e hipócrita vigente na sociedade norte-americana acaba, perversamente, por fomentar ao colocar a sociedade dentro desse colete de forças. Não será por essa via que os norte-americanos serão menos adúlteros, embora temam mais a Deus e ao destino...
De resto, AV perscruta eficientemente essa realidade sociológica e revela as suas contradições apesar de hoje já não haver heróis, e os que existem também se abatem por meras meretrizes de Sala oval que, em rigor, acabam por não o ser, embora tenha sido essa a imagem que procuraram dar ao mundo, porque sabiam que ao explorar nos media essa situação teriam a atenção da CNN sobre esse epifenómeno, escreveriam um livro sobre esse tipo de relações e, assim, acabariam por enfileirar na galeria das meretrizes mais oportunistas da história da Humanidade. E, com sorte, só em direitos de autor, poderiam ficar ricas..., e passar a ser convidada para dar entrevistas e, quiça, fazer até um programa de TV sobre a prostituição na alta roda...
Seja como fôr, a reflexão de António Vitorino não deixa de constituir simultaneamente uma peça de sociologia da cultura, da informação e da comunicação, além de um subsídio epistemológicamente interessante para o estudo da matriz da formação cultural e ideológica dos dois lados do Atlântico que acaba, bem ou mal, por ter consequências imediatas na vida e na conduta privada desses mesmos agentes políticos - hoje cada vez mais escrutinados ante o olho macroscópico dos media globais.
Se fizermos o pararelo desta matriz de avalição com a qualidade dos políticos em funções em Portugal atrevo-me a pensar, um pouco arriscadamente, que muitos deles - hoje na reserva - não se deixam seduzir pela política activa porque receiam que um desses escândalos possa eclodir nas suas vidas, e se assim for a Nação pode perder algumas políticas públicas de qualidade em benefício do silêncio de algumas escandaleiras de origem sexual (ou conexas) que assim fica no segredo dos deuses.
Afinal, o que é melhor: termos políticos bons mas com com alguns pecadilhos morais na penumbra, ou políticos medíocres (cheios de mundanismo, vida nocturna, montes de divórcios, trajectórias no Jet-set e afins) que nem bons políticos conseguem ser?!

quinta-feira

Crime e desvio na cidade. A necessidade do Observatório de Segurança

Image Hosted by ImageShack.us
Ao falar-se de crime organizado alude-se a formas de actividade que têm múltiplas características. Dos negócios tradicionais aos que são ilegais, sendo certo que actualmente uma rede de criminosos tem, por regra, uma pequena empresa a servir de fachada à sua actividade criminosa. Em Portugal já se registaram inúmeros casos com esse perfil. Mas o crime organizado engloba muitas outras actividades: jogo ilegal, a prostituição, o roubo e os chamados esquemas de chatangem/coacção e extorsão.
Ainda ontem o prof. Rui Pereira, Ministro da Administração Interna e "patrão das polícias, referia que as polícias têm de acompanhar as novas tendências e adaptar-se tecnológicamente a essas realidades emergentes que o crime cada vez sofistica mais. O carjacking será combatido pela instalação das novas tecnologias nas viaturas que desincentivará sobremaneira esse tipo de crime que, desde o ano passado, conheceu um acréscimo de 31% em Portugal, sobretudo ao nível das grandes cidades do país.
Por outro lado, e com o termo do séc. XX que coincidiu com a viragem do milénio, verifica-se que os grupos criminosos não só aumentaram as suas actividades como também as transnacionalizaram, o que veio globalizar as preocupações em matéria de segurança no interior das sociedades que viviam mais ou menos tranquilas. Uma tranquilidade que hoje se esbateu com as chamadas actividades criminosas transnacionais que passou a interferir no próprio funcionamento da economia global. Envolvendo actividades que vão do tráfico de drogas, ao transporte ilegal de imigrantes clandestinos e tráfico de órgãos humanos. Em todos estes casos, os grupos criminosos operam através de redes flexíveis internacionais, estabelecendo entre si redes de cooperação e verdadeiros acordos não escritos a fim de potenciarem as suas "alianças" que servem para a prática mais eficaz do crime.

Naturalmente, nestes e noutros casos - essas redes (integrando brasileiros, pessoas do Leste e africanos e doutras nacionalidades) tendem a fixar-se e a concentrar as suas actividades juntos dos chamados países de "baixo risco", como Portugal, onde as ameaças às respectivas actividades, apesar de tudo, são menores. Neste caso, não se está a ver uma pequena rede de duas/três pessoas que praticam o crime de forma mais ou menos regular em Portugal instalarem-se nas favelas brasileiras para aí darem largas à sua imaginação criminosa... Mas já se torna plausível dois ou três brasileiros, por exemplo, escolherem Portugal para aqui darem continuidade a algumas actividades criminosas que já praticavam no país de origem arranjando, para o efeito, uma ou duas mulheres portuguesas para compôr o ramalhete e sofisticar o esquema de actuação e "olear a máquina". Já que o factor feminino tem sido uma constante na operação de esquemas criminosos...

Portanto, Portugal não deixa de ser uma espécie de "porto de abrigo" dos criminosos que aqui demandam e procuram exercer as suas actividades criminosas. Em muitos casos, dedicam-se ao chamado ciber-crime, ou seja, ao roubo de dados electrónicos, à condução de negócios ilícitos por via virtual, à intimidade no uso das telecomunicações violando a privacidade das pessoas, ao terrorismo, à pedofilia e à prostituição, às fraudes virtuais via telemarketing (por isso não se deve responder a mails intrusivos vendendo produtos e serviços sob uma aparência de normalidade), ao branqueamento de capitais por via virtual escondendo a verdadeira origem das operações, às conspirações criminosas e a um sem número de expedientes que prefigura crime.

Ora bem, são esses novos crimes, que Rui Pereira, e bem, identificou no seu Relatório Anual de Segurança Interna que assumem hoje um alcance global e envolvem as telecomunicações que colocam desafios particulares às forças policiais. Até porque, cada vez mais, actos criminosos inicializados num dado país acabam por ser concluídos noutros países fazendo várias vítimas nessa trajectória de geometria e geografia variáveis, e que importa conhecer para melhor identificar, prevenir e punir.

É aqui, óbviamente, que a cooperação entre as polícias do espaço europeu tem de estreitar e aumentar a troca de informações e partilhar bases de dados a fim de potenciar os seus resultados à medida que o cibercrime cresce transnacionalmente.

Dito isto, caberá uma palavra à cooperação entre autarquias e forças policiais a fim de prevenir e combater o crime e perceber o papel que poderá desempenhar esse importante instrumento de obtenção de dados relativos a ocorrências bem como à manifestação de novas tendências e de esquemas criminosos que já estão em curso em Portugal. Referimo-nos ao Observatório de que Rui Pereira ontem deu devida nota. Como alguém diria, nada melhor para combater o crime do que conhecer a psicologia do criminoso e perscrutar o seu modus operandi.

Neste contexto apenas mais duas notas: a primeira das quais reporta-se às parcerias entre câmaras municipais, forças policiais, universidades e centros de investigação para instalar equipamentos de videovigilância onde as respectivas entidades entendam mais adequado a fim de prevenir e reprimir a criminalidade.

A segunda nota decorre da própria funcionalização do Observatório de segurança evocado (e bem) pelo MAI - Rui Pereira, e que parecia ser do desconhecimento do sr. deputado Magalhães do cds/pp. Esse Observatório - como todos os organismos congéneres - e mediante protocolos estabelecidos entre aquelas entidades, visa activar células de pesquisa de informação, e tratamento crítico da mesma a fim de produzir um conjunto de elementos relativos à segurança urbana onde tais dispositivos se coloquem. O concelho de Lisboa, Porto e outras grandes cidades do País com registo de crimes relevantes deverão, naturalmente, ser objecto de tais medidas, conforme orientações estratégicas do MAI.

Será nessa base que, e de forma periódica, se produziriam estudos necessários à descrição da evolução dos problemas de segurança e da sua percepção por parte da população residente nas cidades objecto dessa intervenção, bem como daqueles que aí trabalham. Implementada (mais esta) medida, articulada com muitas outras que devem ficar no "segredo dos deuses" por razões óbvias, o programa do Governo em matéria de Segurança Interna estaria, dentro de meses, em condições para dar resposta de forma eficiente aos crimes que graçam no país.

É que após fazer uma cartografia do crime em Portugal, conhecer os modus operandi dos agentes criminosos, estabelecer as parcerias necessárias com as entidades competentes, introduzir as novas tecnologias de video-referenciação nas viaturas para dissuadir o carjacking, aumentar os efectivos policiais nas ruas, actuar em função das cartas de risco, conhecer os painéis de opinião e as análises de conteúdo dos media e das sondagens - tudo tornaria mais fácil o combate ao crime em Portugal.

PS: Um agradecimento especial a C.Garcia por ter partilhado informação relativa ao Observatório de segurança - útil no combate à criminalidade em Portugal.

Rui Pereira vai à Comissão de Assuntos Constitucionais da AR e "esmaga" politicamente a frouxa oposição...

O prof. Rui Pereira, o actual MAI, foi ontem à CAC da AR para uma audição parlamentar. Lá explicou, com algum pormenor, não apenas o programa do Governo em matéria de Segurança interna (redigido pelo seu punho), como as novidades do Relatório de Segurança Interna de 2007/08 (RASI) ainda por discutir na AR no final do mês. Como costume, foi didáctico, pedagógico sem, contudo, deixar de ser um político estruturado com uma visão integrada e de futuro para o País neste sector sensível da governação, e da qual muitas outras dependem. A interpelá-lo esteve a oposição, como é natural, mas dentre esta está o sr. deputado Magalhães do cds/pp que vive convencido que sabe de segurança e que tem um programa alternativo para o sector, e como vive com essa obsessão não conseguiu disfarçar o seu nervosismo: esbracejava, coçava a cabeça, simulava ao telemóvel para mostrar que não era nenhum infoexcluído, falava para o lado (tentando, quiça, arranjar uma nova e artificial AD ao estilo Marcelo), etc, etc, etc. Ante aquele enquadramento, fica-se convencido de duas coisas: que o MAI tem programa, medidas, estratégia e determinação política para estabilizar o País em matéria de pequena, média e alta criminalidade; e que o deputado supra-referido comportou-se como um aluno em fim de aulas desejoso de iniciar férias, revelando até desconhecer as vantagens de um Observatório para a Segurança interna. Será caso para dizer, que o sr. Magalhães ainda consegue ser pior do que o seu líder, acusado pelos seus próprios correlegionários de estar a destruir o que resta de um dos partidos fundadores da Democracia portuguesa ao tempo de Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa. Ante este reduto, cada vez mais confinante (para não dizer insignificante em matéria de expressão socioeleitoral), até apetece dizer que só o dr. Portas e o sr. deputado Magalhães é que ainda acreditam no partido do Largo do Caldas - perante a debandada geral neste ciclo político post-Ribeiro e Castro. De resto, o deputado em questão terá de se habituar a não fazer a sua crónica demagogia populista com as questões sensíveis da Segurança interna em Portugal. Os portugueses além de não serem parvos, também se lembram dos magros resultados que obtiveram quando, por mero acaso, o deputado do cds/pp esteve no poder numa parceria com D. Barroso que acabou por morrer na praia...

PS: Na reflexão seguinte abordaremos aqui as vantagens do Observatório de Segurança Interna e da cooperação entre as forças policiais e as autarquias e demais entidades (públicas e privadas) que envidam esforços e montam estratégias no combate ao crime em Portugal.

Dois momentos de lazer: a tourada de Cristiano Ronaldo e uma dança sui generis

Cristiano Ronaldo pubblicita' toro fuji xerox

Funny Fatty Dance. Crazy Dance. Really Funny

Funny Fatty Dance. Crazy Dance. Really Funny -

For more amazing video clips, click here

quarta-feira

O MAI - revela-se um Homem extraordináriamente bem preparado para combater a pequena, média e alta criminalidade em Portugal

Nota prévia do Macro:
O "PATRÃO" DAS POLÍCIAS EM PORTUGAL IDENTIFICA OS PROBLEMAS E APRESENTA UM QUADRO DE MEDIDAS PARA OS COMBATER. ESGRIMIR NÚMEROS NO ESTÉRIL ENREDO ESTATÍSTICO - OBJECTIVO DA OPOSIÇÃO (E EM PARTICULAR DO CDS/PARTIDO DO TÁXI A CAMINHO MONOLUGAR) QUE SE APROVEITA DO CRIME PARA RECOLHER MAIS UNS VOTINHOS DEMAGÓGICOS E POPULISTAS - DE NADA SERVE. MAIS POLÍCIAS NAS RUAS, MAIS MEIOS TECNOLÓGICOS, MAIS VIDEOVIGILÂNCIA, MAIS INTELLIGENCE, MAIS E MELHORES INFORMADORES, MAIS COOPERAÇÃO INTRA-POLICIAL (E AO NÍVEL EUROPEU), MAIS COOPERAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL ENTRE AS FORÇAS POLICIAIS E AS AUTARQUIAS SÃO, ENTRE MUITAS OUTRAS, ALGUMAS DAS "ARMAS" PARA COMBATER A CRIMINALIDADE VIOLENTA QUE HOJE AFECTA PORTUGAL. OS DADOS ESTÃO LANÇADOS...
Falando de meios e recursos, o senhor ministro tem alterado substancialmente medidas preconizadas pelo seu antecessor, o dr. António Costa.
Não é verdade, a política mantém-se. Repare, o Programa de Governo em matéria de segurança foi redigido por mim, fui eu que coordenei a redacção. Portanto é um projecto do Governo e algumas das medidas que já anunciei foram preconizadas pelo dr. António Costa, por exemplo, a lei de programação para as forças de segurança. As inversões reduzem-se à matéria do recrutamento
. Mas falou-se inclusive no encerramento de postos, até que muitos prédios iriam ser vendidos para financiar o reequipamento das forças de segurança.
Não é daí que vem o financiamento, não é desses pequenos postos, é de outros prédios. E nunca foi tomada nenhuma decisão política de encerramento de postos ou esquadras, houve sim um estudo feito por uma empresa privada. Esse estudo foi-me apresentado e eu decidi que não iríamos fechar nem postos nem esquadras, porque não era consentâneo com a nossa política de policiamento de proximidade. Quanto à alteração do recrutamento, a integração de novos elementos policiais, provavelmente se eu não fosse ministro a decisão seria a mesma. Na altura, o doutor António Costa tomou a decisão correcta, porque pressupunha que a Lei Orgânica da GNR entrasse em vigor vários meses antes, com a libertação de recursos humanos para área operacional e pressupunha que houvesse um quadro de mobilidade especial, com funcionários que iriam cumprir funções administrativas. Ora este movimento não ocorreu no calendário previsto, era necessário então reforçar o dispositivo. Foi isso que eu decidi, falando com o senhor primeiro-ministro.
Mas a decisão não será tardia?
Não, já foi assinado o despacho para lançar um novo concurso, portanto, não há um hiato temporal. A decisão de inversão foi uma decisão conjuntural, não houve uma alteração de política de segurança, essa mantém-se.

terça-feira

Rui Pereira sistematiza medidas de combate à criminalidade e Oliveira Pereira é nomeado DN da PSP

Apesar da onda de criminalidade violenta que varreu o País assumir foros de cidade, as medidas hoje anunciadas pelo MAI, o prof. Rui Pereira são da maior relevância no combate ao crime. Quer na sua variante preventiva quer na sua variante repressiva. A outra boa notícia foi a nomeação do novo DN da PSP, Francisco Oliveira Pereira - que substitui Orlando Romano, enquanto o tenente-general Nelson Santos ocupará o cargo de Mourato Nunes à frente da GNR.
Numa nota enviada à comunicação social, o Ministério da Administração Interna refere que o até agora número dois da direcção nacional da PSP, Oliveira Pereira, substitui o procurador da república Orlando Romano, que «manifestou vontade de cessar funções», e tomará posse a 25 de Março
A atenção depositada ao carjaking (que subiu 30% em Portugal) - mediante articulação de esforços entre o governo, empresas de tecnologia de ponta e seguradoras (que limitam fortemente o espaço de manobra desse tipo de crime) imobilizando as viaturas com uma sms, a videovigilância (que em certos casos já está a operar), a conclusão para breve de mais cerca de 1300 agentes da PSP que estarão nas ruas próximos dos cidadãos - a par de um conjunto de medidas cujo teor não se pode revelar por motivos de segurança, irão optimizar os níveis de segurança que esta onda de criminalidade trouxe ao país.
O perfil e experiência do novo DN da PSP dá essa garantia, os meios - humanos e tecnológicos - que o governo disponiza para o efeito representam os ingredientes necessários para aumentar os níveis de segurança nas cidades e até no espaço rural do País, onde já se registam inúmeros casos de pequenas criminalidade, por vezes com alguma violência (gratuita).
A atenção prestada aos crimes da noite do Porto e de Lisboa (essencialmente), ao carjaking, e à diversa criminalidade que se diversifica nas cidades do País acaba por reflectir a estratégia do Governo e do MAI em particular em combater esta nova morfologia social do crime que está fazendo carreira entre nós.
Uma morfologia do crime que anda associada a novas formas de sociabilidade, resultantes do aumento da imigração brasileira, do leste da Europa e de África que - agravada pelo desemprego - coloca, inevitavelmente, novos desafios culturais e de comportamento às autoridades policiais que têm por missão combater toda e qualquer espécie de crime: seja na forma tentada ou pela prática efectiva dos crimes.
E aqui talvez não seja marginal alinhar três ordens de factores que, directa ou indirectamente, explicam esta estratégia inteligente do MAI e, ao mesmo tempo, explicam o quadro de relações que predispõem os agentes do crime à sua verdadeira prática. A saber:
1. A lógica da co-delinquência - que consiste na relação de cumplicidade que une dois ou mais indivíduos a conceberem, planearem e executarem acções criminosas ou pequenos delitos. Por regra, há sempre a participação de uma mulher que opera integrada com outros indivíduos do sexo masculino: brasileiros, do leste e nacionais... Aqui a chantagem, a coacção psicológica e física assumem alguns desses perfis. Muitos deles já identificados e outros sob vigilância e observação - facto que permite já estudar o fenómeno entre nós.
2. A rede - engloba já um quadro de relações directas e indirectas que unem, num certo território, os membros de uma população desviante/delinquente - que até pode operar sob a capa de pequenas empresas para assim ocultar actividades ilícitas punidas por lei. Com a cobertura empresarial o disfarce aumenta e cria-se mais fácilmente uma imagem de dignidade operacional que doutro modo não existiria caso não existisse essa fachada.
3. Por fim - o gang - que em Portugal constitui já um grupo dinamizado por uma subcultura - geralmente alimentada por um sentimento de injustiça social que tudo justifica - e que configura já um grupo relativamente estável de jovens delinquentes entre nós. Jovens inexperientes e de dedo frágil no gatilho que, por vezes, atiram a matar e às vezes até acertam.
Ora, é em face do Relatório de Segurança apresentado por Rui Pereira, pelo que disse e pelo deixou entrever, juntamente com a nomeação de Oliveira Pereira para a Direcção Nacional da PSP - a que se somam no terreno mais efectivos de proximidade que, segundo tudo indica, e a par de um conjunto de medidas de outro âmbito, que o quadro global de segurança tenderá a normalizar.
Outra das vantagens que decorre do conjunto de medidas enunciado pelo MAI é a cooperação entre as várias polícias e as autarquias no combate às múltiplas formas de criminalidade em Portugal.

Battle at Kruger - uma lição de vida, uma lição "política": começa-se a ganhar, saí-se derrotado e sem glória...

Battle at Kruger

Rui Pereira, MAI - e o Combate ao Crime em Portugal -

Rui Pereira está a ir bem no combate à pequena e média criminalidade. Em breve mais efectivos estarão nas ruas para prevenir e reprimir tipos específicos de crime, alterando a situação em que são cometidos, por forma a reduzir os ganhos dos delinquentes, aumentar-lhes os riscos, dificuldades e incertezas. Ou seja, o que a acção estruturada deste ministro está a fazer, apesar das dificuldades, é procurar impedir a passagem ao acto através da alteração dos dados do problema com que o potencial delinquente se confrontará antes de passar o Rubicão...
Relatório de Segurança Interna de 2008 inclui pela primeira vez medidas preventivas
01.03.2008 - 14h59 Lusa
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse hoje que, pela primeira vez, o Relatório Anual de Segurança Interna não se limitará a expor a situação do país em matéria de criminalidade, mas irá também apresentar medidas preventivas.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do Dia da Protecção Civil, que decorreu em Lisboa frente ao Mosteiro dos Jerónimos, Rui Pereira adiantou que este ano quer que o Relatório Anual de Segurança Interna "seja um marco de mudança", indo incluir, por isso, medidas "importantíssimas para mudar a realidade".
"Será um balanço com a apresentação de medidas porque nós queremos sempre associar a descrição da realidade com o que pensamos fazer para alterá-la", salientou. "Não somos apenas observadores ou estudiosos, somos responsáveis públicos por politicas públicas e queremos prestar um serviço cada vez maior aos cidadãos", adiantou o ministro, esclarecendo ainda que a data de apresentação do relatório na Assembleia da República será 15 de Abril, apesar de a sua conclusão estar prevista para até ao fim de mês de Março.
Rui Pereira não esclareceu, no entanto, que medidas preventivas irão ser apresentadas, mas garantiu que serão "medidas importantes e influentes na realidade para que o próximo ano e o ano em curso sejam ainda mais seguros".

Segurança Interna... e a análise do CSSI

Segurança Interna: Conselho Superior reúne-se terça-feira
O Conselho Superior de Segurança Interna (CSSI) reúne-se terça-feira à tarde para analisar o Relatório Anual de Segurança Interna/2007, disse hoje à Lusa o tenente-general Leonel Carvalho, um dos membros daquele órgão de consulta do Governo nesta área.
«A Lei de Segurança Interna prevê que determinado tipo de documentos, como o Relatório Anual de Segurança Interna, antes de aprovação e divulgação passe pelo CSSI», explicou à Agência Lusa o tenente-general Leonel Carvalho, também secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança.
A arquitectura global do Sistema de Segurança Interna foi delineada pela Lei de Segurança Interna (Lei nº 20/87, de 12 de Junho), que, ao estabelecer as bases gerais da actividade de segurança interna, prevê dois órgãos colegiais de natureza consultiva, que apoiam o Governo no desenvolvimento da política de segurança interna: o Conselho Superior de Segurança Interna e o Gabinete Coordenador de Segurança. [...]
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou no dia 01 deste mês que pela primeira vez o Relatório Anual de Segurança Interna/2007 não se limitará a expor a situação do país em matéria de criminalidade, mas irá também apresentar medidas preventivas. [...]

O exemplo de Moçambique...

Apostar em Moçambique é um imperativo ético, histórico, cultural e político. Ao invés de Angola, imenso país rico em matérias-primas estratégicas, Moçambique, na contra-costa africana - banhada pelo Oceano Índico, é um país de recursos naturais modestos, e sofreu com a guerra civil após a independência. Mas teve uma particularidade: soube reconstruir-se política e democráticamente, apaziguadas as motivações bélicas de Renamo e Frelimo, e o facto de o país não dispôr de ouro negro nem diamantes (como Angola) talvez tenha ajudado ou contribuído para esse resultado democrático, apesar de ser uma economia débil e fortemente vulnerável ao mais pequeno choque de preços, como se viu com o recente aumento dos combustíveis que gerou um levantamento popular nas cidades.
Por outro lado, e no domínio da actuação dos agentes políticos, Chissano deixa a presidência em 2005, substituído pelo actual PR - um grande empresário - Armando Guebuza. Também aqui Moçambique faz a diferença relativamente à clique militar e política corrupta que tutela o regime em Angola - que ainda persegue jornalistas, não tem uma verdadeira separação de poderes e as eleições, como diz Eduardo dos Santos, são qualquer dia.
Hoje resta saber como pôr em prática um plano integrado de cooperação cultural, económico e político que vá para além da tradicional cacofonia inerente às velhas e gastas narrativas duma lusofonia que nunca passou do papel.
Talvez o Brasil ajude..., já que também adoptou a nossa língua comum e hoje, para se vingar, exporta novelas.

De Moçambique António Vitorino realça o legado de Camões, Vieira, Eça e Pessoa...

... Os quatro grandes que deixaram esse legado que radica na língua portuguesa - que deverá manter a sua identidade e, ao mesmo tempo, articular-se com a língua inglesa. Ou como diria Vergílio Ferreira:
A LÍNGUA É.
Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação.
Vergílio Ferreira.

segunda-feira

O que falta ao PSD - por Francisco Sarsfield Cabral -

O sublinhado é nosso e o Francisco disse tudo acerca deste projecto de psd. O psd de Gaia...
O que falta ao PSD, in Público
Faz esta semana meio ano que Luís Filipe Menezes ganhou as eleições directas no PSD, tornando-se líder do partido. Antes, Menezes tinha criticado o que considerava ser uma oposição fraca de Marques Mendes ao Governo PS. Curiosamente, nos primeiros meses da sua liderança Menezes foi brando face às políticas governamentais, abandonando as principais bandeiras do PSD de Mendes contra o Governo.
M. Mendes combatera a localização na Ota do novo aeroporto. Acabou por ganhar a batalha – mas, quando o Governo escolheu afinal Alcochete, o líder do PSD era Menezes, que defendera a Ota. Mendes queria a baixa de impostos – Menezes discordava, alinhando com Sócrates (agora já quer baixar a carga fiscal). Mendes reclamava um referendo para ratificar o Tratado de Lisboa da União Europeia; Menezes foi pela ratificação no Parlamento e assim ajudou Sócrates a fazer passar na opinião pública mais um incumprimento de uma promessa eleitoral.
Começaram, então, a surgir no interior do PSD críticas à actuação do novo líder. Menezes, que antes não se coibia de dizer preto sempre que M. Mendes dizia branco, ficou incomodado e desafiou os discordantes para novas eleições directas. Agora, passados dois meses, Menezes rejeita essas eleições.
Entretanto, sentindo necessidade de se demarcar do PS, o líder do PSD resolveu quebrar o Pacto de Justiça celebrado entre os dois partidos e rejeitou o novo mapa judiciário proposto pelos socialistas, mas sem apresentar qualquer mapa alternativo. E também avançou para liquidar o consenso alcançado na anterior direcção com o PS quanto à lei eleitoral autárquica. Menezes quer agora que os presidentes das juntas de freguesia votem nas assembleias municipais; há menos de um ano defendia o contrário.
Sucedem-se as posições contraditórias, além das já referidas – desde o desmantelamento do peso excessivo do Estado, mas recusando fechar serviços públicos ou retirar quaisquer direitos sociais, até à flexibilização das leis do trabalho. Na passada quarta-feira o primeiro-ministro anunciou o fim da gestão privada em hospitais públicos, começando pelo Amadora-Sintra. Mas este regresso à estatização não mereceu da direcção do PSD qualquer firme e audível crítica de fundo, apesar de numa entrevista ao Expresso, em 22 de Dezembro, Menezes se ter manifestado contra o monopólio do Estado na saúde.
Na mesma entrevista, o líder do PSD criticou Sócrates por não ter “a coragem de romper com o status quo nas políticas do trabalho e no código laboral, que torne Portugal mais competitivo”. Mas ao Jornal de Notícias do passado dia 5 Menezes dizia não existirem condições para flexibilizar as leis laborais.
Acusado de não apresentar propostas pela positiva, Menezes apanhou uma ou outra ideia vinda do estrangeiro. Sarkozy anunciou que ia retirar a publicidade do canal público francês de televisão, logo Menezes veio prometer que a RTP deixaria de ter anúncios comerciais. Mas a proposta surgiu desgarrada de qualquer ideia sobre o que deve ser o serviço público de televisão, se ele se justifica ou não, etc. Barak Obama inspirou-lhe um novo logótipo para o PSD, onde o azul predomina. Resultado: a rejeição e a troça de Alberto João e o desconforto de inúmeros militantes.
Este comportamento errático ameaça dissolver o pouco que resta da identidade do PSD. Mas Menezes já deu uma explicação para a ausência de propostas políticas alternativas do seu partido, limitando-se por enquanto a navegar à vista na oposição ao Governo (navegação à vista que explica, em parte, a imprevisibilidade do líder). “As propostas de governação são algo para os últimos seis meses” antes das eleições, disse Menezes ao Expresso. Assim, não lhe roubam as ideias... Aliás, de que serve uma equipa estar a ganhar ao intervalo, se no fim do jogo acaba a perder?
Uma tão curiosa estratégia eleitoral, sobre a qual certamente os teóricos da política se debruçarão nos próximos tempos, tem todavia um problema. É que, quando – daqui a um ano – Menezes apresentar fantásticas políticas alternativas, entretanto encomendadas a algumas cabeças pensantes, já não terá uma réstia de credibilidade junto da maioria dos portugueses. Ora, mais do que em propostas concretas, as pessoas votam em políticos nos quais acreditam e que as mobilizam em torno de um projecto. É isso que falta ao PSD.
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Obs: Publique-se pelo interesse público que revela este artigo. Sugere-se, contudo, ao actual líder que não o leia para evitar depressões pós-Páscoa...

sábado

Polícia Judiciária faz o que tem a fazer, e bem.

A EFICÁCIA DA PJ EM ESTREITA COORDENAÇÃO COM OUTRAS POLÍCIAS
Monte Gordo

Sequestro de empresário espanhol chega ao fim

A Polícia Judiciária confirma ter libertado, ontem à noite, em Monte Gordo, no Algarve, um empresário espanhol que tinha sido raptado em Madrid, no início do mês.
O rapto ocorreu na capital espanhola, no dia 6, mas, de lá até ontem à noite, a vítima terá sido mudada várias vezes de local, tanto em Espanha, como depois já em território português.
Este empresário, de 62 anos, esteve quase sempre acorrentado e imobilizado, tendo sido submetido a maus tratos físicos e psicológicos.
Da acção desencadeada ontem em Monte Gordo, pela Direcção Central de Combate ao Banditismo da Judiciária, em estreita colaboração com o DIAP de Lisboa e as autoridades policiais espanholas, resultou a detenção de cinco pessoas.
Os detidos são três homens e duas mulheres, quatro de nacionalidade portuguesa e uma de nacionalidade espanhola.
Quase em simultâneo, a polícia espanhola deteve em Espanha uma sexta pessoa igualmente implicada neste caso.
Tanto quanto se sabe, este grupo pretendia extorquir uma elevada quantia em dinheiro, sendo esse, aparentemente, o único motivo para o rapto.
A vítima foi ouvida ao longo do dia de hoje pela Polícia Judiciária e os detidos vão ser levados amanhã a Tribunal.
Outras redes estão já sob investigação e em breve serão desmanteladas e levadas à justiça. O crime não compensa.

quinta-feira

Judiciária segue o rasto de um criminoso do Leste

Investigação: Mortes de Alexandra Neno e Diogo Ferreira Judiciária segue o rasto de um criminoso do Leste Bruno Colaço
Alexandra Neno foi morta com dois tiros no peito às 19h40 de 29 de Fevereiro, em Sacavém; Diogo Ferreira foi baleado na cabeça quando saía do trabalho, no Oeiras Parque, pelas 00h30 de 1 de Março. Cinco horas de diferença mas uma só pistola.
A secção de homicídios já investigou vários suspeitos que atacam à mão armada na Grande Lisboa, como um perigoso assaltante de Oeiras que o CM adiantou, mas o reconhecimento fotográfico de testemunhas conduz agora a PJ na direcção de um criminoso do Leste. Já esteve em prisão preventiva por uma série de crimes, alguns violentos – e foi identificado pelos vizinhos de Alexandra Neno, que presenciaram o homicídio em Sacavém. O cadastrado vive na zona Centro. [...]
Obs: Em breve o "homem" estará caçado. Já faltou mais... O crime nunca compensou.

A Revolta dos Coelhos da Páscoa

A Revolta dos Coelhos da Páscoa
Coelho tarado

terça-feira

Milton Nascimento - Coração de Estudante (1984), Djavan, Danni Carlos e Massive Attack

Milton Nascimento - Coração de Estudante (1984)
Encontros e Despedidas
Djavan-"Esquinas" live

Coisas que eu sei - Danni Carlos

Massive Attack - Live With Me

Cinco Anos Depois - por Mário Soares -

Foto é da n/ responsabilidade, o sublinhado também.
CINCO ANOS DEPOIS... (in DN)
Mário Soares
1. O tempo passa a correr. Voa, como se costuma dizer. Há cinco anos, contados dia por dia, a partir de 16 de Março de 2003, um dia triste, que por sinal também foi um domingo, realizou-se nos Açores a chamada Cimeira da Vergonha, em que um Presidente da República, George W. Bush, então o "homem mais poderoso da Terra", e três primeiros-ministros europeus, Tony Blair, José Maria Aznar e José Manuel Durão Barroso, o anfitrião, decidiram, unilateralmente, com falsos argumentos, intencionalmente forjados, invadir o Iraque e, em consequência, destruir o precário equilíbrio e até incendiar, em boa parte, o Próximo Oriente.
Fizeram-no, ignorando deliberadamente a ONU - e o necessário aval do Conselho de Segurança -, desrespeitando, assim, a Carta das Nações Unidas, a que estavam obrigados, os apelos repetidos e angustiados do Papa, João Paulo II, e, quanto aos três europeus, dividindo, objectivamente, a União Europeia e esquecendo-se, obviamente, de ouvir os partidos, os parlamentos e a respectivas opiniões públicas.
Por que razão - ou razões - o fizeram? A história, nesse aspecto, está por fazer. Mas será feita, não tenhamos dúvidas, à saciedade, sobretudo após o fim político de Bush, sem honra nem glória, deixando atrás de si mortes, sofrimentos, destruições, crises políticas, financeiras e económicas... Um balanço trágico! Uma divisão de águas profundíssima na opinião pública mundial.
Quanto aos europeus, o que os moveu foi principalmente a subserviência perante o "patrão americano" e o deslumbramento - ou cálculo, que se revelou falso - em relação à força militar, sem paralelo, de que Bush se vangloriava. Mas para que lhe serviu? Que respondam os mortos, no seu silêncio - com o rasto de memórias que deixaram, e que está a contaminar a América - e os vivos que aí estão para contar, os crimes, os assassínios, a tortura, as destruições, as pilhagens, os atentados aos Direitos Humanos, que se fizeram à sombra da arrogância e da ganância de uma falsa elite neocon, fanática e ultra-reaccionária, que pensou dominar o mundo... Talvez um dia - quem sabe? - o Tribunal Penal Internacional se lembre de os julgar, pelo mal que fizeram à Humanidade.
Passaram cinco anos que mudaram o mundo, para muito pior. Anos duros, sombrios, sem perspectiva. Em que os grandes valores pareciam soçobrar. Sobretudo no Ocidente, que perdeu prestígio, poder e a imagem de um humanismo universalista que antes o caracterizava. Mas há já reacções anunciadas, que se esboçam. E que implicam, necessariamente, rupturas. O mundo não pára. Haverá reformas profundas - esperemos - para evitar revoltas incontroláveis e anárquicas, que as pessoas comuns reclamam e têm razões em reclamar. Não é possível calar a voz dos povos desesperados, onde as liberdades e os Direitos Humanos sejam respeitados!
2. Elvas. Uma cidade raiana, com Badajoz à vista, em franco progresso, inaugurou, no passado sábado, dia 15, o seu Museu de Arte Contemporânea, com a presença do novo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro. As instalações são magníficas, reconstruídas como foram, com inteligência e gosto, num velho palácio, sem o alterar no fundamental.
A exposição inaugural, organizada pelo professor e organizador de eventos culturais João Pinharanda, teve como tema principal A Defesa e o Ataque. Entre esculturas e telas, destacam-se onze belíssimas e enormes fotografias, a cores, feitas por Augusto Alves da Silva, sobre a paisagem idílica da base das Lajes (Açores), no dia 16 de Março de 2003 entre as 07.00 e as 19.00. As imagens documentam a descida dos aviões de Bush, Blair e Aznar, aonde foram ao encontro de Durão Barroso, para assistirem à Cimeira dos Açores.
A paisagem açoriana, com o largo oceano ao fundo e o silêncio e a paz que se adivinha do verde que envolve o aeroporto, forma um imenso contraste com os horrores que se discutiram e preparavam, à porta fechada, para uma guerra que ia começar, que ainda não acabou e que marcaria tão negativamente - como os atentados de 11 de Setembro - o início do século em que vivemos...
3. A Duquesa Vermelha. Como alguns semanários portugueses noticiaram, morreu, na passada sexta-feira, no seu castelo de Sanlúcar de Barrameda, na foz do rio Guadalquibir, Luísa Isabel Alvarez de Toledo y Maura, duquesa de Medina Sidónia e marquesa de Villafranca, uma dos "grandes" de Espanha.
Era uma personalidade muito singular. Tendo nascido no Estoril, em 1936 - no ano fatal do golpe clerical-franquista contra a II República Espanhola, que se transformaria em cruenta guerra civil (1936-39) - numa família da mais alta aristocracia, aliás muito ligada a Portugal (Luísa de Gusmão, mulher de D. João IV, pertencia à linhagem dos Medina Sidónia), tornou-se em adulta republicana e anarquista, depois de um casamento infeliz, que desfez, assim que lhe foi possível.
Pela parte da mãe era neta de António Maura, outro "grande" de Espanha, que foi ministro da República e avô em linha recta do intelectual e escritor espanhol Jorge Semprun, ministro da Cultura de um dos governos de Felipe Gonzalez. Conheci a duquesa de Medina Sidónia, quando se encontrava exilada em Paris, depois de ter estado presa nos cárceres franquistas, para evitar novas prisões. O Maio de 68 ainda estava próximo e o ar que se respirava em Paris, em pleno gaullismo, era de grande liberdade e não só política.
Lembro-me que a conheci num jantar do Centro Republicano de Paris, em homenagem ao político catalão Companys, fuzilado pelos franquistas, onde se encontrava também a sua viúva. Nos arquivos da Fundação Mário Soares deve ainda haver uma fotografia desse evento onde eu figuro, sentado ao lado da Duquesa Vermelha. Falámos muito nessa noite. Naturalmente de Espanha, de Portugal e das respectivas libertações. Conspirámos um pouco. E ficámos amigos. Vimo-nos ainda algumas vezes em Paris. Depois da Revolução dos Cravos, visitou-me em Lisboa, não sem reconhecer que, finalmente, Portugal se tinha libertado da ditadura primeiro do que Espanha!
Mas a transição espanhola veio logo em 1976-78. A duquesa de Medina Sidónia regressou a Espanha, entretanto. Filiou-se no PSOE. Participou em manifestações. Distribuiu terras suas às cooperativas de camponeses da Andaluzia. E, sobretudo, zangou-se com muita gente, porque era de feitio conflituoso, frontal, dizia o que pensava, sem papas na língua, e era muito senhora do seu nariz.
Cansada da política, refugiou-se no seu castelo de Sanlúcar de Barrameda e meteu-se, furiosamente, a organizar o seu valiosíssimo arquivo histórico, com a colaboração da sua inseparável amiga alemã, Liliana, com quem vivia em união de facto, perfeitamente assumida. A última das suas originalidades consistiu em casar in articulo mortis, coerentemente, com a sua amiga Liliana, a quem deixou os seus bens.
Um dia, era eu Presidente, telefonou-me para Belém. Disse-me que se tinha zangado com o reitor da Universidade Complutense de Madrid, que, aliás, era um homem consensual e pacífico, que conheci bem. Queria estabelecer um contacto com a Universidade de Coimbra, cujo prestígio conhecia desde sempre. Pediu-me, numa palavra, para fazer o contacto.
Assim fiz. Contactei o meu amigo, reitor de Coimbra, Rui Alarcão, e disse-lhe do que se tratava. Ele ficou francamente interessado. E daí, partimos os dois, de automóvel, para Sanlúcar de Barrameda, onde passámos uma noite e jantámos com a Duquesa e a sua inseparável amiga e conversámos longamente. Uma noite divertida e encantadora.
Acho que o acordo não chegou a concretizar-se. Infelizmente. Não sei bem porquê. Mas dessa noite - e da nossa conversa - ficou-me uma recordação indelével. Lembro-me que referiu e mostrou um velho relatório que encontrou nos seus arquivos, de um espião de Felipe II de Espanha, que assistira à batalha de Alcácer-Quibir e que assinalava ao Rei que D. Sebastião não tinha morrido e fugira. Lembrei-me de um grande romance de Aquilino Ribeiro - de pura ficção, Aventura Maravilhosa , que narra a fuga de D. Sebastião, depois da batalha, até chegar, após imensas peripécias, ao Escorial, para reclamar o trono ao seu tio Felipe II. Que o reconheceu e o mandou matar.
Será que os sebastianistas teriam alguma razão ao afirmar, naqueles tempos, que D. Sebastião não morrera em Alcácer-Quibir?! Eis um enigma que alimenta há séculos a nossa História e a imaginação de muitos portugueses.
Obs: Aos oitenta e tal anos o Dr. Mário Soares continua lúcido, a pensar e a escrever bem, ou não fosse ele de Letras... Da política à cultura disserta sobre tudo, e no outro dia vimo-lo pela TV a apresentar a tecnologia engenheiral da Barragem do Alqueva (que irá recuperar o Alentejo - que já é, em boa parte, espanhol...) como se fosse um engenheiro especializado em tecnologia de ponta. Depois de ter sido PM, PR - Soares mistura-se hoje com a plebe, paga cafésinhos aos velhotes das aldeias do Alentejo, a quem diz ser ainda mais velho, fala dos netos, das memórias, da família, de tudo um pouco.
Mário Soares sabe envelhecer, e por o saber fazer tão bem parece que se recusa a envelhecer à cadência dos outros homens da sua idade, talvez por essa razão ele esteja cá para bater nos 100 - e dobrar a parada. Se assim for, e Deus queira que sim, será caso para dizer que ao seu crédito político, além do erro capital que nestas últimas eleições presidenciais o poeta Alegre lhe sinalizou gravando uma marca negativa a lazer, Mário Soares é autor de um capital genético verdadeiramente singular.
Por último, quero aqui frisar que concordo em absoluto com tudo o que escreveu sobre a miserável Guerra ao Iraque protagonizada por aquele quarteto da desgraça (já em fim de ciclo e com dois dos players fora de team - Aznar e Blair) - em relação ao qual já aqui abundamente reflectimos.
Tudo por uma razão simples: os pressupostos que levaram à Guerra do Iraque (existência de armas nucleares e ligação de Saddam Hussein à Al Qaeda) revelaram-se completamente falsos...
Parabéns, portanto, ao Dr. Mário Soares por esta sábia reflexão.