segunda-feira

Pergunte-se a Jean-Claude Trichet se devemos apostar nas roulotes.., usadas

Presidente do BCE diz que riscos inflacionistas na zona euro continuam elevados
11.09.2007 - 17h35 Lusa O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou hoje que continuam a existir riscos de aceleração da inflação, sugerindo que podem existir novos aumentos das taxas de juro assim que a instabilidade nos mercados abrandar.
Os recentes dados macroeconómicos confirmam que “os riscos para a estabilidade dos preços permanecem elevados”, disse Trichet, que falava perante a Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu e sublinhou que o principal objectivo da instituição a que preside é “dar estabilidade aos preços”.
[...]
Achou este artigo interessante? Sim"
O Público às vezes gosta de gozar com o pessoal, ou então é parvinho!!!
Obs: Eu também, interessantíssimo, aliás. Tanto que até creio que as centenas de milhar de tugas que estão endividados para pagar a casar devem estar neste momento a esfregar as mãos de contentes, e alguns deles, por certo, até já devem estar a pensar investir no mercado das caravanas de que alí vemos um exemplo recauchutado mas que, bem vistas as coisas, deverá corresponder a um T2, sem jakusi, claro está. O hall de entrada também não deve ser famoso e a sala de jantar modesta, mas...
Mas sempre tem a vantagem de hoje estar no parque de campismo de Pinamanic, amanhã na Brandoa mas depois de amanhã no Guincho ou mesmo na Quinta da Marinha - ao lado do Balsemão e do Freitas do Amaral que, esperemos, já esteja bom da coluna.
Em matéria de vistas, a óptica será sempre aquela para onde o carro rebocar a caravana, portanto estamos aqui em face duma roulote com extrema mobilidade neste carrossel dos juros a que o Sr. Jean-Claude Trichet não consegue aplacar.
Ofereça-se uma caravana destas a Trichet..

Grande entrevista - Mário Lino - ao Jornal de Negócios -

Guarda redes Ricardo no Inter....

Ajudar em tempo de crise - por Francisco Sarsfield Cabral -

Sublinhado é nosso.
Ajudar em tempo de crise, in Público
Como traduzir, no concreto, a solidariedade devida a quem passa mal na sociedade portuguesa? As limitações das políticas do Estado são evidentes, até porque a economia tende para a estagnação.
Abrandar os esforços de redução do défice orçamental, para gastar mais na área social, seria uma política de vistas curtas. Precisamos de contas públicas equilibradas, se possível com excedente (como em Espanha), precisamente para que o Estado possa ajudar os que mais necessitam. Ora ainda estamos longe disso. E o pior que o Governo poderia fazer seria deitar pelo esgoto os resultados já obtidos na consolidação das finanças públicas.
O crescimento económico está hoje bem abaixo do registado nos anos em que se desenvolveu na Europa o Estado Providência. E a população europeia (e sobretudo a portuguesa) envelheceu, com cada vez menos trabalhadores no activo a descontarem para as pensões dos reformados. No entanto, se compararmos o nível de riqueza actual, no nosso país ou na UE, com o de há 40 ou 50 anos, concluiremos que somos agora muito mais ricos. Logo, há margem para distribuir.
Será razoável aumentar a carga fiscal do IRS sobre os mais ricos. Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, propôs um novo escalão de 45% no IRS, acima dos 200 mil euros anuais de rendimento (Diário Económico, 29.05.08). Mas não haja ilusões: pôr os ricos a pagar a crise não levará muito longe em termos de receita.
O essencial tem de ser conseguido do lado da despesa. Por um lado, deveria ser estudada a hipótese de adiar alguns grandes investimentos, que custarão muito dinheiro e se situam em áreas afectadas pela alta do petróleo. Caso do TGV (que só funcionará se for altamente subsidiado), do novo aeroporto, do túnel do Marão, etc. Parte do dinheiro assim poupado iria para apoios sociais. E na canalização desses apoios o Estado terá de aproveitar mais quem está no terreno e o conhece, as IPSS, em vez de as marginalizar.
Por outro lado, nos apoios sociais será preciso avançar na discriminação positiva dos mais pobres. Há obstáculos constitucionais – o art.º 64º, n.º 2, da Constituição, por exemplo, diz que o serviço nacional de saúde, universal e geral, é tendencialmente gratuito. Mas também refere que devem ser tidas em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos. Sem revisão constitucional, há assim a possibilidade de progredir na discriminação positiva no sistema nacional de saúde, fazendo pagar mais os que não são pobres.
Um obstáculo para tratar de maneira diferente ricos e pobres está na dificuldade em conhecer, com realismo e sem excessivas intromissões na privacidade das pessoas, os rendimentos de cada um. Há anos, as declarações para o IRS mereciam escassa confiança, excepto tratando-se de trabalhadores por conta de outrem. Mas houve claras melhorias nesse campo e outras poderão ainda concretizar-se.
Existe, claro, o risco de se criar uma pesada burocracia. Alguma terá de existir, para evitar fraudes – ou seja, gente a fingir de pobre para aproveitar os benefícios. É o que se tem feito, embora ainda seja insuficiente, no combate às baixas fraudulentas por alegados motivos de saúde ou à atribuição do rendimento social de inserção a quem não o merece.
Concretizar uma maior discriminação positiva em favor dos mais carenciados é, com certeza, uma tarefa difícil e arriscada. Mas a alternativa seria nada fazer, fechando os olhos às dificuldades dos mais vulneráveis à actual crise. Uma alternativa eticamente inaceitável.
Não se pense, porém, que só o Governo tem responsabilidades na resposta a dar às carências dos mais afectados pela crise. A sociedade, através da opinião pública, é, no fundo, quem vai decidir. Se a maioria dos portugueses sentir – e o fizer sentir - que, neste momento, se devem privilegiar os mais pobres, os governantes irão por aí.
Se, pelo contrário, a opinião prevalecente na nossa sociedade for favorável, em princípio, a ajudar os mais pobres, mas logo rejeitar indignadamente a mínima limitação de qualquer direito ou regalia, então a tão proclamada solidariedade não passará de uma palavra vã. Mas cabe ao Governo fazer a pedagogia da solidariedade, não na base no ressentimento contra “privilegiados”, mas a partir do imperativo ético de ajudar os mais vulneráveis à crise.
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Obs: Publique-se e envie-se cópia ao dr. Ricardo salgado Espírito Santo, ao engº Belmiro de Azevedo e aos utentes da sopa dos pobres, alí aos Anjos.
A taxa Tobin aplicada às transações em bolsa - há muito que promete, mas nunca ninguém teve a coragem de a aplicar.
Pergunte-se ao Comendador Big Joe Berardo o que pensa do assunto... E, já agora, reenvie-se a mesma questão ao CEO do "milhéniu".

O sanguinário Robert Mugabe foi empossado

Mugabe é um assassino institucionalizado por alguma Comunidade internacional, desde logo, por T. Mbeki da África do Sul que lhe tem servido de "almofada" para a prática das piores atrocidades contra o seu próprio povo e contra os brancos que ajudaram a construir a sociedade e a economia do Zimbabué. Em face de mais uma farsa - o ditador sanguinário volta a tomar posse formal sob o olhar tão (pouco) atento quanto impotente da Comunidade internacional. Aqui perguntamos onde se meteu a União Europeia e o sr. zé barroso que a gere? Que política europeia para África (mormente em matéria de defesa e protecção de direitos humanos) existe?
Mugabe empossado após eleições amplamente condenadas
Plantão Publicada em 29/06/2008 às 18h21m
Reuters/Brasil Online
Por Cris Chinaka
HARARE (Reuters) - O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, foi empossado no domingo após ser declarado o vencedor de uma eleição de candidato único que observadores dizem estar marcada por violência e intimidação.
Mugabe era o único candidato e foi adiante com a eleição apesar de uma onda de condenação internacional. Os Estados Unidos, que dizem estar preparando novas sanções, pediram no domingo por uma forte ação internacional.
O líder da oposição Morgan Tsvangirai se retirou da disputa há uma semana dizendo que uma campanha sistemática de violência, que matou quase 90 de seus seguidores, tornou impossível uma votação livre e justa.
A comissão eleitoral disse que Mugabe venceu com 85,51 por cento dos votos. Ele teve 43,2 por cento no primeiro turno em março, quando Tsvangirai venceu com 47,9 por cento, próximo à maioria absoluta necessária para uma vitória ainda no primeiro turno.
A comissão disse que o comparecimento às urnas foi de 42,37 por cento, quase o mesmo que em março. Entidades de direitos humanos e testemunhas acusaram as milícias pró-Mugabe de forçar as pessoas a votar em algumas áreas.
Os observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) disseram no domingo que a votação foi maculada pela violência pré-eleição e não reflete a vontade do povo do país, dando um grande golpe à legitimidade de Mugabe.
O bloco regional, que apoiou o líder do Zimbábue no passado, afirmou que a votação não está de acordo com as diretrizes regionais, apesar de o dia da votação ter sido pacífico.
"Com base nas observações mencionadas acima, a missão (de observadores) tem a visão de que o ambiente prevalecente se choca com a credibilidade do processo eleitoral", segundo um comunicado da SADC que a Reuters teve acesso no domingo.
"As eleições não representam a vontade do povo do Zimbábue."
Os observadores do Parlamento Pan-Africano, um dos poucos grupos a monitorar a votação, disseram haver tantas falhas que a eleição deveria ser realizada novamente.
A comissão eleitoral divulgou os resultados da sexta-feira, em menos de 48 horas, comparados com as cinco semanas da eleição de março.
Mugabe, de 84 anos, que está no poder desde a independência da Grã-Bretanha em 1980, foi rapidamente empossado para um novo mandato de cinco anos em uma cerimônia no gramado da residência presidencial, com uma banda militar, marcha da guarda e juizes em túnicas vermelhas e perucas brancas.
(Reportagem adicional de MacDonald Dzirutwe e Nelson Banya em Harare, Marius Bosch e Phakamisa Ndzamela em Johanesburgo, Cynthia Johnston em Sharm el-Sheikh)
Obs: Inste-se Nelson Mandela a actuar junto de Mbeki de molde a romper com o apoio da África do Sul ao ditador sanguinário do Zimbabué. Quanto à UE não vale a pena pedir nada, ela só sabe fazer bem duas coisinhas: discursos ocos sobre globalização; e passear-se com sacas de farinha no Darfur.., mas só na presença da CNN.

domingo

Madaíl tenta aguentar-se na fpf através de "relações incestuosas" com Carlos Queirós

Madaíl, à esquerda, que passou a vida a esconder-se na figura de scolari tenta, agora, aguentar-se - a todo o custo - indicando o nome de Carlos Queiróz para novel seleccionador nacional. A ser verdade é, no mínimo, cretino - como idiota tem sido a gestão da fpf.
Queiróz (e os demais concorrentes à função) não deveria aceitar qualquer convite até que a questão da presidência da fpf estivesse esclarecida.
Substitua-se o sr. Adalberto Madaíl - que tem gerido a fpf como quem gere o seu quintal.

Os Ibéricos rebentaram com o futebol atlético germânico

VIVA A ESPANHA, VIVAM OS IBÉRICOS

O dr. Durão Barroso, a Comissão Europeia e a África do ditador sanguinário Mugabe

Há uns dois ou três anos correu notícia mundial com Durão Barroso a alombar com uma saquinha de farinha para os miseráveis indígenas que morriam que nem tordos no conflito do Darfur, a oeste do Sudão, região marcada por um genocídio terrível. Não se percebeu o que representou alí o personagem a levar a sacar, senão para ser filmado pela CNN e, assim, ficar conhecido como amigo dos pobres e miseráveis africanos que estavam a ser chacinados pelos milicianos a soldo das forças governamentais sudanesesas que tinham por finalidade matar as tribos não-árabes da região.
Depois a Comissão Europeia, numa óptica post-moderna, desafiou os engenheiros, os advogados, os arquitectos, os notários, os contabilistas, os farmacêuticos a abrirem as respectivas profissões à concorrência, em benefício da liberalização das profissões em prol da competitividade da economia europeia. Em Portugal, centenas de arrumadores romenos e ucranianos chegaram a temer a extensão da reforma liberalizante...
Hoje o que faz a Comissão Europeia para limitar a acção do ditador sanguinário do Zimbabué, Robert Mugabe? Talvez o mesmo que fez na contenção dos estragos dos especuladores que operam na compra & venda de futuros de crude rebentando com as economia europeia - que agora compra os combustíveis 30 e 40% mais caros. Também aqui a Europa do sr. Barroso valeu zero, representou uma nulidade em movimento.
Que medidas ou estratégia de contenção já tomou a União Europeia para não reconhecer as acções criminosas do pequeno Hitler africano (Mugabe) e congelar todos os seus bens no exterior? Certamente, que a Europa terá de intervir, mas como é sempre tão laxista a fazê-lo, mais parece inexistir. Não se percebe por que razão a UE não activa uma célula de prevenção de crises para, preventivamente, actuar em países de elevado risco!!! A Europa gosta de esperar, depois vem o massacre, enterram-se os mortos, os ditadores sobem, de novo, ao poder, os eurocratas fazem os discursos e o mundo continua a pensar que a Europa é uma ficção nas mãos do dr. durão - o cherne da Lapa - que emigrou para Bruxelas.
Pergunte-se ao dr. durão barroso se tem noção autêntica da mediocridade da sua prestação enquanto presidente da CE, tanto mais ele que sempre gostou de África, cultivou essa temática no seu campo de estudo e, quando dava umas aulinhas sobre burocracias africanas (após o aparente sucesso dos acordos de Bicesse, do Estoril que conciliou artificialmente Savimbi com Eduardo dos Santos/ UNITA e MPL) - de que sempre se julgou um expert - ficava sempre com a noção de que perdia o meu tempo.
Hoje temos a certeza da extensão do seu gosto por África e dos verdadeiros limites da sua acção (ou melhor, omissão)...
Perdem-se tantas balas no Zimbabué, matam-se à catanada tantos homens e mulheres: crianças, jovens, adultos e idosos, e nenhuma tem na mão um revólver e a pontaria adequada para afastar a erva daninha que reproduz aqueles mecanismos de violência nacional naquele País de África tão importante à paz e estabilidade regionais.

sábado

Cápsulas para o Zimbabué

Em todas as aldeias há um tontinho, a sua existência é uma inevitabilidade, além de um erro genético. Ele serve para distrair os membros da Oikos, sobretudo no Verão em que a racionalidade e a normalidade das pessoas fica perdida numa gaveta mais fresca dos recantos das casas. O Algarve não é excepção a esta lei de anormalidade sazonal, por isso uns artistas locais - porventura alcoolizados e bem fumados - resolveram salvar África do banho de sangue que hoje o Zimbabué atravessa e pensaram, assim, afastar o ditador Mugabe. Mas como deveriam estar num estado lastimoso e são amadores, as balas tiveram outro destino. E hoje o País anda de gatas preocupado com a origem dessa bebedeira balística. Também isto é Portugal, no seu melhor, claro está!!!

Madiba

Mandela has frequently credited Mahatma Gandhi for being a major source of inspiration in his life, both for the philosophy of non-violence and for facing adversity with dignity.
Na vida há três tipos de homens: os que perguntam o que aconteceu na história; os que vêem as coisas acontecer na história; e os que fazem as coisas acontecer.
Madiba, após 27 anos de prisão, integrou este último filão...
Nelson Mandela Children's Fund

Nelson Mandela: 90 anos. Um Senhor. Resistiu a tudo, até às "grades do tempo". Já integra a eternidade. Tribute to Mandela

Stars pay tribute to Mandela ahead of 90th birthday
LONDON, June 27 (Reuters Life!) - Stars of the screen, stage and sporting arena paid tribute on Friday to Nelson Mandela, whose visit to London was overshadowed by events in Zimbabwe where disputed elections have just ended. Hollywood actor Will Smith hosted a birthday celebration concert in front of Mandela, who turns 90 next month, and nearly 50,000 cheering fans in London's Hyde Park.
Smith was joined on stage by Formula One racer Lewis Hamilton and pop acts including Queen, Simple Minds, Amy Winehouse, Leona Lewis, Annie Lennox and Razorlight.
The event was organised to support Mandela's HIV/AIDS charity "46664", named after his prison number, and comes 20 years after the London hosted another concert for the statesman when he was still behind bars for his stand against apartheid.
"Twenty years ago, London hosted a historic concert which called for our freedom," a frail-looking Mandela told the waving crowd after they had sung him "Happy Birthday".
"Your voices carried across the water and inspired us in our prison cells far away. "As we celebrate, let us remind ourselves that our work is far from complete. Where there is poverty and sickness, including AIDS, where human beings are being oppressed, there is more work to be done.
"Our work is for freedom for all ... We say tonight, after nearly 90 years of life, it is time for new hands to lift the burdens. It is in your hands now, I thank you."
MANDELA SPEAKS OUT
The tribute to Mandela coincided with disputed elections in Zimbabwe, and during his trip to Britain Mandela was urged to speak out against President Robert Mugabe who pushed ahead with the vote despite international outcry.
Opposition leader Morgan Tsvangirai boycotted the poll because of a wave of deadly attacks on his supporters.
During his visit, Mandela uttered just four words of criticism of Zimbabwe in a speech at a dinner -- "tragic failure of leadership" -- and they were enough to make headline news.
Mandela, South Africa's first black president, officially retired from politics nine years ago, but he is still a moral authority admired the world over.
People in the crowd appeared to be at the gig more to honour Mandela than to hear the music.
"I'm here because of the man," said Clive Jones, a 31-year-old theatre technician. "I feel he's done so much for the world, especially with what was happening in South Africa. He is also humble and kind."
Emmanuel Jal, a Sudanese hip-hop artist based in London who sang on Friday, said Mandela was "unique" among African leaders. "He did not love power so much, and left it and gave it to someone else," he told Reuters.
Grammy-winning soul singer Winehouse performed her hit single "Rehab" as well as "Valerie", despite being diagnosed with a "touch of" lung condition emphysema earlier this month.
Sporting her trademark black beehive hair, a black and white dress and high-heeled shoes, the 24-year-old appeared nervous at first but received one of the biggest cheers of the night.
At the close of the concert she was joined on stage by Jerry Dammers, who helped organise the 1988 concert, and many of the other performers.
Não se percebe por que razão duas senhoras não estiveram a animar as hostes no aniversário de Mandela em Londres, no Hyde Park: Chaka Khan e Tina Turner. Bastariam as duas para dissolver as borbulhas sonoras post-modernas...
Chaka Khan - I'm Every Woman
Chaka Khan - Ain't Nobody

Chaka Khan - Stay(Live!)

Tina Turner & Barry White - In Your Wildest Dreams

Tina Turner - Private dancer (Bananas)

Amizades criminosas: Mugabe e Mbeki a ensanguentar o continente africano. Nelson Mandela terá de pôr ordem na casa, aos 90 anos...

Mugabe está à direita na imagem e não passa dum criminoso - que terminará a sua vida como todos os criminosos: abatido a tiro ou dependurado numa praça do Pelourinho local ou encontrado - como um cão - numa valeta já esventrado pelas aves de rapina que só deixaram a carcaça; Mbeki deveria saber honrar o ciclo da África do Sul democrática iniciada com Deklerk e Nelson Mandela, que hoje assinala 90 anos.
Amizade de Mugabe e Mbeki explica falta de ação sul-africana
África do Sul, encarregada de mediar a crise política do Zimbábue, impede intervenções externas por anos
Zimbabuanos pedem que pleito seja boicotado
JOHANESBURGO - As forças do presidente Robert Mugabe já tinha começado a violência no
Zimbábue, espancando seus oponentes políticos, quando as câmeras de televisão mostravam a assustadora imagem de Mugabe trocando apertos de mãos com o sorridente presidente sul-africano, Thabo Mbeki, um professo defensor da democracia africana. Isso foi em abril de 2000. E Mbeki, líder da nação mais poderosa do continente, disse que não havia mal nos meios de repressão do presidente zimbabuano.
Veja também:
Termina segundo turno das eleições no Zimbábue
Tsvangirai: de líder sindical a inimigo do regime
Mugabe, ditador do Zimbábue há quase 30 anos
Oito anos depois, em abril de 20008, muito daquela cena se repetiu. Por duas semanas, oficiais da eleição zimbabuana se recusavam a divulgar resultados daquele pleito, onde Mugabe havia sido derrotado, e uma nova onda de violência começou. Novamente, Mbeki disse que não havia crise política no Zimbábue.
A complexa relação entre os dois líderes, desenvolvida por quase 30 anos, é um fator crucial para entender porque Mbeki, escolhido no ano passado por líderes regionais para mediar oficialmente o conflito no Zimbábue, não critica publicamente Mugabe, nem usa o poder econômico da África do Sul, como potência dominante da região, para conter seus rudes métodos, apesar de anos de eleições falsificadas.
A perplexidade do mundo com a abordagem de Mbeki - andando calmamente, sem bengala - se tornou uma profunda frustração nos últimos dois meses. A violência apoiada pelo Estado no Zimbábue ficou tão agressiva que o candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, que venceu Mugabe no primeiro turno, desistiu do segundo a apenas cinco dias do pleito.
A política de Mbeki, tipicamente chamada de "democracia quieta", está construída na leal convicção de que seus laços especiais com Mugabe podem resolver a crise no Zimbábue através de negociações com paciência, dizem seus colegas e cronistas.
A amizade dos dois líderes começou em 1980, logo após o zimbabuano assumir o poder, explica Mark Gevisser, biógrafo de Mbeki. Com o passar do tempo, o sul-africano manteve uma relação fiel ao líder mais velho. "Mugabe é o pai, mas não um pai querido, um pai problemático, aquele tipo que os filhos só querem ouvir uma vez durante um tempo", continua Gevisser.
Por anos, a África do Sul tentou bloquear uma ação internacional contra o governo Mugabe e, no dia 19, se recusou a cooperar com um esforço americano na ONU para condenar os ataques políticos no país vizinho.
Somente após o clamor contra o presidente zimbabuano crescer ainda mais a África do Sul apoio a condenação do Conselho de Segurança contra a "campanha de violência" que aflige a nação.
Com a economia do Zimbábue sendo arruinada e milhões de pessoas fugindo para a África do Sul e outras nações, a "democracia quieta" agora é amplamente vista como uma trágica mancha no legado do líder político na região, um nobre homem que sucedeu energicamente Nelson Mandela em 1999.
Também aparece contrastando com muitos líderes sul-africanos do passado e presente, incluindo Mandela, que nessa semana citou a "trágica ausência de liderança" no Zimbábue.
Obs: Pergunte-se a Mbeki em que "moeda" está a ser pago pelo Mugabe (envergonhando o legado democrático de Mandela), e há quantos anos. E, já agora, inquirimos se também tem conta na Suíça - ou conta só com o apoio logístico de um sobrinho taxista...
Fez-se a democracia na África do Sul para isto...: apoiar um regime ainda pior do que aquele que vigorava na África do Sul até há duas décadas e respondia pelo nome de Apartheid.

sexta-feira

Barry White - Let The Music Play. Evocação de Jonathan Swift (o génio surdo e louco)

A visão é a arte de ver coisas invisíveis.
Jonathan Swift

stardust - the music sounds better with you
Barry White - Let The Music Play

Acordo Laboral - por António Vitorino -

ACORDO LABORAL [link], dn
António Vitorino
jurista
No dia em que os parceiros sociais e o Governo (com a esperada excepção da CGTP) acordaram um conjunto de propostas de revisão da legislação laboral, a OCDE veio sublinhar, no seu relatório anual sobre a economia portuguesa, que essas alterações vinham no sentido do que aquela organização internacional há muito preconiza para o nosso país.
Com efeito, desde há vários anos que a OCDE e a própria Comissão Europeia têm assinalado que a rigidez da legislação laboral portuguesa constituía um factor de perda de competitividade das nossas empresas. Claro que esta designação genérica de "rigidez" tem muito que se lhe diga.
Na versão inicial proposta pelo Governo previa-se que a flexibilização a introduzir abrangesse três domínios fundamentais: os horários de trabalho (e a mobilidade no interior da empresa), a subsistência no tempo dos acordos colectivos de trabalho cuja revisão fosse inviabilizada pela inércia negocial das partes e a simplificação dos despedimentos com fundamento em inadaptação funcional.
Em contraponto, a iniciativa do Governo continha propostas que visavam desincentivar ou tornar menos atractivo o recurso à contratação a prazo e ao uso dos chamados recibos verdes, designadamente em face de necessidades laborais permanentes das empresas, desta forma pretendendo combater a precariedade no emprego.
O resultado final da negociação não se afasta muito daquelas propostas iniciais, sendo a diferença mais relevante a queda da proposta sobre a inadaptação funcional, como preço a pagar pelo acordo da UGT.
Agora, o pacote acordado segue para a Assembleia da República. Como é timbre das democracias onde a concertação social desempenha um papel muito importante, não se espera que o Parlamento introduza nos textos acordados grandes alterações.
Mas, como bem sabemos, da alteração das leis à alteração das práticas vai sempre um caminho a percorrer, às vezes longo e às vezes penoso.
Muito vai depender da vontade de patrões e empregados na efectiva aplicação destas inovações. E, neste particular, os termos desmedidos da crítica da CGTP não auguram nada de bom, claro. Com efeito, mesmo discordando das soluções encontradas, parece excessivo apresentar este acordo com um "retrocesso social sem precedentes".
Até porque, convém recordá-lo, muitas das soluções ora encontradas, designadamente no domínio da flexibilização dos horários de trabalho, já foram aplicadas em outros países nossos directos concorrentes e, na maior parte dos casos, sem necessidade de alterações legislativas mas tão-somente fruto de acordos celebrados directamente a nível sectorial ou de empresa, entre empregadores e sindicatos representativos dos trabalhadores. Acresce que, mesmo entre nós, algumas das empresas consideradas mais competitivas, como, por exemplo, a Autoeuropa, já têm acordos sobre a matéria, independentemente da alteração da lei e que provaram serem essenciais para a continuidade da sua laboração num contexto de fortes pressões deslocalizadoras.
O quadro legislativo decorrente do acordo nesta matéria fica, aliás, aquém da directiva europeia recentemente aprovada depois de mais de quatro anos de negociações.
A questão central que se coloca, entre nós, é a de saber em que medida é que este conjunto de alterações vai corresponder aos objectivos visados pelo Governo: por um lado, o aumento da competitividade das empresas e, por outro, a criação de condições para que surjam novos e mais postos de trabalho.
O diálogo entre Governo e sindicatos, neste ponto, tem sido difícil, na medida em que muitas vezes as posições sindicais são mais tributárias da defesa dos que têm emprego do que da criação de condições para ser criado mais emprego. Não que os sindicatos não se preocupem com a criação de emprego, mas antes porque entendem que essa criação depende de outros instrumentos de política económica e não exactamente da legislação laboral.
Ora, sendo verdade que a criação de emprego também depende desses outros factores macro-económicos, negar o contributo que a específica legislação laboral pode dar parece-me ser uma visão de vistas muito curtas.
Obs: António Vitorino toca aqui nos pontos essenciais que cruzam os problemas sociais decorrentes do desemprego ou da precariedade do emprego que existe, da baixa competitividade da economia nacional, das directivas europeias em matéria laboral e até do facto de o nosso empresariado - ter ou não condições - para fomentar mais postos de trabalho. Em função desta clarividência seria útil enviar uma xerox para Carvalho da Silva - líder da CGTP-In - que permanece naquele posto de trabalho desde o 25 de Abril. É, pois, o titular de um cargo político/sindical há mais tempo no poder, pensando-se até que se trata de um posto vitalício de tipo monárquico, o que é um mau exemplo, até para os demais sindicatos em Portugal (e trabalhadores) - cuja circulação de pessoas e flexibilidade de equipas é bem menos rígida.
Com ele só iguala em permanência no poder (pouco democrática, aliás) o sr. Alberto joão jardim da Madeira. Sugira-se, pois, a Carvalho da Silva que deixe de ser um dinossaurus-rex do sindicalismo português e aplique a si próprio, até para exemplo dos sindicatos e trabalhadores nacionais, a directiva europeia, o esforço de racionalização do governo português em matéria laboral e, já agora, a postura inteligente e flexível revelada pela UGT, pelos patrões e pela globalidade do povo português - que no estrangeiro representa índices de produtividade superiores aos trabalhores nacionais dos países de destino que ao longo da história temos escolhido para fazer a nossa Emigração.
Sugira-se, por outro lado, ao dito Carvalho da Silva que está na hora de concorrer à liderança do pcp, para depois lá permanecer até 2050, ou mais... Tudo dependerá dos avanços da medicina!!!

A cambada que povoa este rectângulo à beira-mar plantado...

Quando somos treinadores de bancada dizemos que vamos fazer, mas nunca fazemos, apesar de interiorizarmos a ideia de que fizémos. Parece um jogo de palavras, mas não é. Desta feita, se olharmos com olhos de ver para o País-real e pensarmos o que seria governar este Portugal por um dia seria de loucos, era de fugir a sete pés. Pois desde a CGTP à Fenprof, desde a CAP aos camionistas, a alta do petróleo, as bacuradas dum burocrata que quer aumentar o preço da luz, o aumento pão, do Instituto do Vinho e da Vinha, tudo e todos se queixam que Sócrates não dialóga. Que reforma muito e variados sectores da sociedade e da economia nacionais. Governar assim, de facto, é problemático. É como estar a tentar resolver um teorema e o tipo do lado estar sempre a chatear: a falar da bola, da mulher, do filho, dos gastos da amante ou até das novas orientações e gostos sexuais que alguém aos 60 anos passou a ter. De facto, governar hoje em Portugal é difícil, é mesmo problemático. Mas Sócrates segue o caminho mais directo que é o do senso comum, e o que é preciso fazer faz-se fazendo. Nenhum mecânico pergunta ao cliente o que pensa do seu motor ou qual é a performance intelectual no seu trabalho ou ainda o seu rendimento sexual no leito conjugal. São questões laterais ao mecânico. Pois ao Governo importa governar; aos portugueses cabe trabalhar; os sindicatos colocar objecções aos patrões e ao governo e defender os interesses dos trabalhadores - como faz a UGT; a CGTP-Inter sindical, ao invés, especializou-se mais em saber como tornar-se um apêndice do PCP e em abandonar negociações a meio. Como diria aquele que é hoje o locatário do Palácio de Belém -: deixem o homem trabalhar. Governar com a cambada é mesmo difícil, safa...

Comissão de Liberdade Religiosa - por Joquim Paula de Matos, in Memórias Futuras

COMISSÃO DE LIBERDADE RELIGIOSA, in Memórias Futuras
Mário Soares é um republicano, laico e não crente e na qualidade de Presidente da CLR (Comissão de Liberdade Religiosa), afirmou, durante um colóquio sobre as Religiões que ontem teve lugar em Lisboa, que vai propor ao governo a criação da disciplina de História Comparada das Religiões.
Mário Soares é um democrata, um lutador pela liberdade dos homens e dos povos e como, para além disso, é um homem inteligente sabe que não é pela força das proibições que se orientam as maneiras de pensar especialmente em matérias tão delicadas como as convicções religiosas.
Mas Mário Soares é também um político e sabe que num período de progressiva perda de fé e de vocações como resultado das transformações ocorridas nas últimas décadas nas tradicionais estruturas familiares, políticas e sociais, se alguma coisa a Igreja gosta de ouvir são propostas que façam recentrar nas religiões a atenção da sociedade e dos jovens.
E daí, Mário Soares, ao fazer tal proposta foi ao encontro, por razões diferentes, da vontade do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa e do seu colega de partido António Reis que para além de historiador e Prof. Universitário, é igualmente, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, a mais antiga Loja Maçónica portuguesa que esteve ligada à revolução liberal de 1820, à abolição da pena de morte em 1867 e à implantação da República, afirmando-se sempre como uma defensora da liberdade de consciência e do Não ao dogmatismo.
Neste colóquio António Reis continuou a defender que o Estado deve ser laico ou seja, neutro e incompetente em matéria religiosa, não crente nem descrente, acrente.
Se as jovens quiserem usar o véu islâmico nas escolas, diz António Reis, não devem ser proibidas de o fazer no que estamos totalmente de acordo porque as pessoas devem ser livres de usar símbolos religiosos ou não religiosos e proibir é tão condenável como obrigar.
Tenho para mim que uma boa formação académica aliada à ausência de crenças religiosas é libertadora das potencialidades da nossa inteligência mas, como na generalidade dos casos, uns mais que outros, todos nascemos dentro de uma religião, sair dela é um caminho que cada um de nós terá que percorrer com autêntica liberdade de consciência e se quiser empreender esse caminho.
Com toda a sinceridade, eu não sei se em vez de se ensinar a História Comparada das Religiões não seria mais útil uma outra disciplina denominada “Dos Malefícios da Religião” mostrando à evidência, através de um relato histórico rigoroso o que foram e continuam a ser, na história da humanidade, os sofrimentos provocados não só pelas religiões, como por toda a espécie de crenças e embustes que, em geral, lhe estão associadas.
Mas também, com toda a sinceridade reconheço, que tendo o homem nascido para acreditar, como nos foi explicado por Richard Dawkiins, a convivência com as religiões é inevitável e os poderes e interesses instalados à sua volta ao longo de muitas centenas e mesmo milhares de anos, fazem delas parceiros que devem ser respeitados preferencialmente a combatidos o que só contribuiria para exacerbar as crenças.
Há, realmente, na sociedade de hoje, progressos ao nível do respeito pelos direitos e dignidade dos homens que é aquilo que mais interessa para o futuro de todos nós mas não foram as religiões que estiveram nessas conquistas, pelo contrário, travaram os avanços da ciência e dificultaram as conquistas sociais.
A natural curiosidade dos humanos encontra hoje satisfação nos avanços de Ciências como a Biologia, Genética, Antropologia, Física e Astronomia, e explicada que está a evolução da vida e do homem no planeta Terra e começado que foi a desvendarem-se os mistérios do Universo, a religião é remetida para a satisfação da necessidade de acreditar que em tempos remotos foi muito importante para a sobrevivência da nossa espécie.
Por isso, temos que conviver todos pacificamente, religiosos e não religiosos e o melhor que há a fazer nesse sentido é respeitarmo-nos naquilo que é a maneira de sentir de cada um, mesmo que os outros achem que é um pouco estranho que eu não me ajoelhe aos pés de nenhum Deus e eu esteja convencido da completa inutilidade desse gesto.
A nossa sociedade conseguiu inestimáveis avanços, ela própria arrastou para esses avanços a sociedade religiosa que tem hoje pontos de vista que lhe foram impostos do exterior e que ela teve de seguir para não perder o comboio do progresso e a credibilidade junto dos seus próprios seguidores.
Realisticamente, a convivência e o diálogo são o que melhor serve a todos porque os grandes inimigos encontram-se nos radicais e extremistas de qualquer religião que ameaçam tanto os não crentes como os crentes que não lhes obedeçam cegamente.
Esses são a verdadeira ameaça porque põem em causa a paz e a segurança das pessoas em qualquer parte do mundo embora haja muito que possa e deva ser feito no campo do recrutamento dos potenciais candidatos a radicais ou extremistas religiosos.
Quanto ao resto, independentemente das vantagens da existência de uma disciplina da História Comparada das Religiões, há que pugnar por uma formação académica de qualidade científica que ensine os jovens a raciocinar e a desenvolver as suas capacidades críticas.
Em consciência e em liberdade cada um seguirá depois o seu caminho e decidirá se pretende continuar crente ou se aposta em exclusivo numa vida livre de preconceitos e condicionantes religiosos dedicada apenas à comunidade dos humanos da qual faz parte e para a qual nasceu.
posted by Joaquim Paula de Matos at 3:02 PM links
Obs: Um artigo interessante de Joaquim Paula de Matos, laica e agnosticamente interessante. Envie-se uma xerox a Deus e outra ao seu filho Jesus Cristo, embora nesta coisas os correios sejam sempre confrontados com o velho problema da identificação da morada. Por isso, o mais certo é a correspondência extraviar-se...

José carlos vasconcelos, na Visão...

"A política à portuguesa dá muitas voltas para em geral acabar nos mesmos sítios, com os mesmos partidos e as mesmas pessoas."
José Carlos Vasconcelos, "Visão", 26 de Junho de 2008
Obs: O sr. Vasconcelos tem razão, a circularidade básica do seu raciocínio também pode ser "admiravelmente" aplicada às direcções do jornais, revistas e demais objectos de papel - hoje em quebra de vendas. São sempre os mesmos, por isso os jornais e as revistas em Portugal são coisas assim: songas-mongas, sem sal - ainda piores do que a mediania do escol político que temos. Ou seja, os jornalistas estão bem para os políticos que temos, e estes encaixam bem naqueles, ambos sempre nos mesmos sítios e com as mesmíssimas pessoas (há, contudo, excepções). Vale-nos a blogosfera, alguma dela, certamente!!!

quinta-feira

Vale e Azevedo está em grande forma. Esta será a 1ª grande derrota de Pinto Monteiro...

Pinto Monteiro, PGR, emitiu uns mandados de captura e detenção. Vale e Azevedo já cumpriu 6 anos e pildra em Portugal e é hoje um homem de sucesso empresarial e financeiro assinalável. A Justiça portou-se mal com ele, agora quer trazê-lo para Portugal, só que Vale e Azevedo é advogado e tem amigos que também são advogados. Todos sabem que a sucessão de recursos "matam" a eficácia daqueles mandados, logo Vale e Azevedo continuará no RU - de que já é capaz de beneficiar de nacionalidade de Sua Majestade, só não tem ordem para matar porque é pesado demais para ser um James Bond, e o 007 não se compadece com rabos-de-chumbo.
Mas o mais curioso foi uma frase que sublinhou: não virá para Portugal pelo seu pé...
Ainda pensei que Vale e Azevedo justificasse essa tomada firme de posição com o facto de o petróleo estar caro e as viagens de avião estarem pela hora da morte.
Em tempos o ex-Presidente do Glorioso foi enxovalhado diante da família e filmado em tempo real pelas estações de tv - a ser libertado e a ser "enjaulado" quase em simultâneo, como se de um tigre da Malásia se tratasse e ele personificasse um animal de circo para alimentar a fúria e o gáudio do povão. Uma vergonha que, só por si, absolviam o homem. O povo assistiu à bandalheira em que a Justiça portuguesa se transformou, Azevedo foi novamente preso e a Justiça portuguesa, salvo honrosas excepções, passou a ser ainda mais cabotina do que já era.
Hoje, Vale e Azevedo está por cima, o tempo está do seu lado e os negócios correm-lhe de feição. Por contraponto, o sr. PGR, Pinto Monteiro é um extemporâneo, tem o tempo contra si e deveria ter mais com que se preocupar do que com casos mediáticos que, diria, são os velhos casos da bola alimentados pela inveja do sucesso alheio. O sr. Pinto que pense e medite nos resultados da Operação Furacão e na corrupção e fuga de capitais do "milhéniúm" (como diz Joe Berardo) cometidos pelos alegados actos de corrupção e de favorecimento pessoal (e ao filho) - protagonizadas pelo sr. engº Jorge Jardim Gonçalves.
Ou me engano muito ou Vale e Azevedo, de Inglaterra, irá dar uma grande lição de Justiça ao sr. PGR - que aqui conhecerá a sua 1ª grande derrota política, ainda que em nome duma falsa Justiça...

Umberto Eco, um homem de excepção

[...] Vieram-me à cabeça algumas ideias que ele (Michele Serra) saberia desenvolver na perfeição. Por exemplo, um senhor chamado Giuseppe Brambilla dá uma descompustura ao filho de doze anos, que chegou a casa depois da meia-noite, e o rapaz, um ser evidentemente perturbado, enforca-se no sótão. O pai é condenado por instigação ao suicídio. Adeodatto Trapizzoni, ponta de lança da equipa Fulgor, no desempate por pénaltis, remata com toda a força e apanha de surpresa o guarda-redes da Senectus, destruindo a sua fama de defensor inatacável. O guarda-redes morre de desgosto, e a Federação de Futebol promulga uma lei dizendo que, de agora em diante, quem remata à baliza só o pode fazer com delicadeza, advertindo antecipadamente o guarda-redes sobre o ângulo que tem em mente [...]. O doutor Ippocrati diz ao senhor Dolenzi que tem um cancro na próstata e Dolenzi, enlouquecido, vai para casa, mata a mulher e os setes filhos, e depois atira-se pela janela. O Parlamento passa uma lei estabelecendo que, doravante, os médicos devem abster-se de comunicar aos pacientes diagnósticos susceptíveis de ferir os seus sentimentos [...].
Obs: Nós, por cá, dizemos ao Adalberto Madaíl - da Federação Portuguesa de Futebol - que se não sair deve ser empurrado da fpf, nem que o Parlamento legisle nesse sentido. Além duma causa de interesse nacional, é de higiéne que se trata. Antes e acima de tudo...

quarta-feira

Papagaio Hip Hop...

Papagaio engraçado a dançar - hip hop
Para morrer de rir
Suruba dos Cachorros

Recuperar Vergílio Ferreira

O que mais me intriga e dói na nossa morte, como vemos na dos outros, é que nada se perturba com ela na vida normal do mundo. Mesmo que sejas uma personagem histórica, tudo entra de novo na rotina como se nem tivesses existido. O que mais podem fazer-te é tomar nota do acontecimento e recomeçar. (...) Repara no que acontece com a morte dos outros e ficas a saber que o universo se está nas tintas para que morras ou não.

Vergílio Ferreira, Escrever.

Sade - : uma pérola na linha da eternidade...

Sade - Sweetest Taboo
Sade - Never As Good As The First Time
Flow--Sade

Sade - Paradise

terça-feira

Homenagem a Cossery

Nunca desejei ter um belo carro ou qualquer outra coisa a não ser eu mesmo. Posso ir para a rua com as mãos nos bolsos e sinto-me um príncipe.
Albert Cossery

Albert Cossery alí para o CLARO

Cossery partiu e deixou obra. O Claro de José Mateus faz-lhe uma referência, ainda que para nós Homens assim nunca morram. Reeditamos aqui um texto de sistematização do ano passado - em homenagem a Cossery.
Numa palavra: Cossery fica.
"Albert Cossery, nasceu no Cairo em 1913, no seio duma familia original, de tradição cristã copta. O pai, proprietário de terras, nunca fez nada para acumular riqueza, promovendo entre filhos a rejeição do trabalho (Mandriões no Vale Fértil é em parte um romance autobiográfico). A mãe, analfabeta, levava-o ao cinema, no tempo dos filmes mudos, para ele lhe ler as legendas. E os irmãos mais velhos, grandes leitores de Nietzsche, Dostoievski ou Baudelaire, transmitiram-lhe a paixão pela literatura universal - decidindo o pequeno Albert, por volta dos dez anos, que seria escritor.
Na infância e na adolescência Cossery frequentou as escolas francesas do Cairo, contribuindo isso, sem dúvida, para ele adoptar o francês quando começa a escrever, por volta dos dezoito anos. As suas primeiras novelas, marcadas pela revolta, saíram em revistas do Cairo. Coligidas em 1940, deram nesse primeiro ano ano o seu primeiro livro (Os Homens Esquecidos por Deus), editado no Cairo em três línguas: árabe, inglês e francês. Foi esta obra que o tornou internacionalmente conhecido; o título foi retomado na Argélia pelo francês Edmond Charlot, em cuja editora Albert Camus era director literário, e nos Estados Unidos por Henry Miller; este último escrevera um empolgante ensaio sobre Cossery onde expõe (foi ele um dos primeiros) a famosa preguiça cosseriana como uma concepção filosófica.
Mas o nosso autor, que já estabelecera no Egipto uma sólida amizade com Lawrence Durrell, vai trocar as voltas a este auspicioso começo duma carreira literária, decidindo, para viajar, empregar-se como criado de bordo na marinha mercante, na linha Porto Saíd - Nova Iorque (o único emprego que teve). E após algumas estadas em Inglaterra, instala-se em Paris, em 1945, num quarto de hotel que nunca mais deixou.
A ida para Paris destinava-se a prosseguir ali os seus estudos escolares, mas Cossery, esquecendo tais coisas para sempre, dedicou-se logo a actividades muito mais interessantes: as noitadas, as desbundas amorosas, a boémia. O seu principal companheiro nesses vastos empreendimentos foi Albert Camus, mas no mesmo contexto também foi grande amigo de Jean Genet, Roger Nimier, Alberto Giacometti e outros pilares da noite.
Cossery considera-se um escritor egípcio de língua francesa, tal como há, diz ele, muitos escritores indianos de língua inglesa. Em 1990, aos setenta e sete anos, foi-lhe atribuído pela Academia Francesa, pelo conjunto da suas obra, o Grande Prémio da Francofonia - apesar de em quase sessenta anos de «carreira» literária apenas ter escrito oito livros: sete romances e a citada colectânea de novelas. Porque, fiel à sua filosofia da indolência e do desprendimento, a rejeição do trabalho foi sempre para ele a grande luz."
Júlio Henriques
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Quando pensamos que já escrevemos umas coisas levamos com duche de chuva ácida e percebemos quão pequenos ainda somos. Tal decorre do choque térmico legado por Cossery, o escritor egípcio que fazia apologia do ócio para assim melhor saborear a vida e nela reconhecer os fluídos mais prazenteiros. Há quem dê em maricas ou vá para a droga, a muitos de nós, dá-nos pra isto - postar blogues que julgo serem de serviço à comunidade. E nem sequer me vou comparar com a generalidade dos jornalistas por respeito a mim próprio, além de não valer a pena.
Mas a lição de Cossery é a da coerência, além da sua qualidade intelectual indiscutível. Sem up & downs, è semelhança de Eça, não se vislumbra alí frase, expressão, palavra ou vírgula a mais. Tudo nele é essencial, o que deve ter sido uma técnica amadurecida nas noitadas que passou com os seus amigos em Paris...
Mão não deixa de ser estranho que um homem que está quase 40 anos fora do seu País de origem, o Egipto, instalado num quarto em Paris, não o esquece sendo que as histórias e narrativas dos seus livros se desenrolam nos bairros pobres do Cairo. Se atentarmos bem hoje no mundo, veremos fácilmente que os seus enredos são hoje bem um reflexo do mundo contemporâneo, já que somos hoje, em larga escala, homens esquecidos por Deus, para reproduzir aqui a sua expressão que, porventura, mais o internacionalizou. É óbvio que muitos de nós não são pegas, ladrões, chulos e assim..., somos gente de bem, mas coloca-se a questão filosófica de saber quando é que Deus se irá lembrar dessa gente esquecida?!
Por outro lado, quando Cossery refere que desejaria que as pessoas após o lerem não fossem trabalhar no day after, está a ser sincero e coerente com toda a sua filosofia de vida. E o facto de ficarmos em casa para ter tempo para o ler é, em certos casos, uma singular maravilha. Aliás, como dizia Blazé Pascal, um dos grandes problemas do mundo resulta dos homens não saberem ficar nos quartos. Embora, fosse óbvio que se permanecêssemos eternamente neles enlouqueceríamos.
Em Portugal, foi a Editora Antígona que promoveu a edição dos livros de Cossery, esperemos não terem esgotado. Mas, de facto, é como diz o José Mateus do CLARO, não se pode andar pelas ruas da cidade a perguntar às pessoas: conhece Albert Cossery? Além de levarmos tampa, ainda seríamos cunhados de tontos à boca do Júlio de Matos. E para quem se considera lúcido ser cunhado daquela maneira dá vontade de fazer um disparate a seguir.
Por último, deixamos aqui aos nossos leitores e também para o autor daquele blog CLARO - um dos espaços de reflexão estratégica melhor informados e mais avisados, algumas referências bibliográficas desse monstro enigmático que é Albert Cossery, um exemplo de vanguarda para todos nós, um pensador e um escritor fracturante. E depois nunca temos a certeza de que trabalhando intensamente conseguimos criar riqueza, ao invés, entrando no caminho do ócio muitas e belas ideias poderão ser criadas. Mas convém não abusar da sorte, senão um dia vamos ao frigorífico e só temos lá uma montanha de ócio... E os livros de Cossery também não enchem a barriga, embora para ele talvez desse para pagar a renda do quarto de Paris.
Vejamos, telegráficamente, algumas dessas narrativas, parte delas foram-me enviadas por amigos ultimamente - que hoje com gosto, duma rajada, aqui partilhamos.
Os Homens Esquecidos de Deus (1940). Uma investigação policial originou uma descoberta estrondosa: não a do assassino, mas uma descoberta de outro natureza, profundamente humana. O vendedor de hortaliça tinha sucumbido, ao que parece, sob a pressão fortíssima de um penico em Terracota que lhe atirou à cabeça, da janela do seu pardieiro, Radwan Aly, o homem mais pobre do mundo. A profunda humanidade do acontecimento residia no seguinte: o penico com que Radwan Aly tinha atingido o vendedor era o único bem, o único móvel da sua casa, e não hesitara em sacrificá-lo para salvaguardar o sono de toda a rua. Perante um tal sentido do sacrifício, até os próprios polícias ficaram confundidos. A Casa da Morte Certa (1944). Parecia que a casa, que entretanto desabara, encerrava dentro de si um espírito doentio que alimentava a perturbação das almas. Com o seu silêncio hostil, Rachwan Kassem exercia uma influência oculta devastadora. A todos quantos o foram ver tinha oferecido o espectáculo de um homem submetido às piores dores, congeminando vinganças inflexíveis.
Mandriões no Vale Fértil (1948). Se o mundo se transformou numa coisa mal-humorada, isso deve-se ao facto de agora ser preciso muito dinheiro para viver. A vida é muito simples, mas tudo conspira para a tornar complicada. É quando nos vemos livres da ambição do dinheiro, do orgulho ou do poder que a vida se revela formidável.» A mandriice, longe de ser um defeito, é cultivada como uma flor rara e preciosa pelas personagens deste livro. Galal, o filho mais velho, é considerado o mais sábio de todos porque passa a vida na cama desde há sete anos e só se levanta para ir à mesa. Rafik, o do meio, renuncia a casar-se com a mulher que ama temendo que ela perturbe para sempre a doce sonolência que reina lá em casa. Como terá Serag, o mais novo, a loucura de ir trabalhar para a cidade? Porque a verdade é esta: o trabalho só pode engendrar desordem e desgraça.
Mendigos e Altivos (1955). Gohar, ex-professor universitário de Literatura e Filosofia, mendigo por decisão própria, conduz-nos a uma visão do mundo civilizado, enquanto inutilidade orgânica, num explosivo cocktail de escárnio e reflexão.
A Violência e o Escárnio (1964). Numa cidade do Próximo Oriente, governada por um tirano, um pequeno grupo de contestatários, decide combatê-lo pondo-o a ridículo. Para isso, espalham por toda a cidade um belo cartaz contendo o retrato do governador e um texto tecendo os maiores louvores à sua acção governativa. Inventam assim uma nova forma de acção política...
Uma Conjura de Saltimbancos (1975). Todos os países tinham o seu contigente de imbecis, de sacanas e de putas. Era preciso ser um débil mental para acreditar que se passavam coisas importantes noutros lados. A única diversidade era a da linguagem e a única novidade era que os mesmos imbecis, sacanas e putas se exprimiam numa língua diferente. Medhat recusava-se a absolver a aberração dos que aprendiam toda a espécie de idiomas estrangeiros a fim de penetrar o sentido das mesmas palermices que podiam ouvir na sua terra, sem precisar de se deslocar e gratuitamente. Pela sua parte, nunca se sentira tentado a percorrer o planeta à procura se sensações ditas transcendentes por se situarem em hemisférios distantes. De que servia mudar de continente, aspirar a outros climas, se não se conseguia ver, em primeiro lugar, o que se passava à nossa volta?
Uma Ambição no Deserto (1984). O xeque Ben Kadem, Primeiro-ministro do emirado de Dofa, interroga-se sobre como conseguir um papel na cena internacional, encontrando-se ele à frente de um Estado miserável, completamente eclipsado pelos Estados vizinhos, produtores de petróleo. Inventa um estratagema: simular atentados à bomba, reivindicados por uma denominada Frente de Libertação fantasma. Tal medida corre o risco de fazer despertar a simpatia por parte de movimentos revolucionários internacionais e a inquietação dos grandes poderes tutelares. Para executar o seu plano, recorre a um jovem aventureiro, Shaat, que retira da prisão onde este cumpria pena por tráfico de ouro. Shaat passa a fabricar as bombas que Mohi se encarregará de fazer explodir. Mas o controlo desta falsa vaga de terrorismo escapa ao Primeiro-ministro, e Mohi - nem mais nem menos do que o seu próprio filho - é morto pela explosão prematura da bomba que transporta.
As Cores da Infâmia (1999). O que mais agradava Ossama era contemplar o caos. De cotovelos apoiados no corrimão da passagem aérea cujos pilares metálicos rodeavam a praça de Tahrir, ruminava ideias atrevidamente contrárias aos discursos propagados pelos pensadores oficiais, os quais garantiam que a paternidade de um país estava subordinada à ordem. O espectáculo que tinha diante dos olhos condenava sem apelo essa afirmação imbecil. Desde há algum tempo que aquela construção, imaginada por engenheiros humanistas para evitar aos infelizes peões os perigos da rua, lhe servia de observatório panorâmico, reforçando a sua íntima convicção de que o mundo poderia continuar indefinidamente a viver na desordem e na anarquia. Conversas com Albert Cossery (1995). O escritor egípcio Albert Cossery conversou durante horas com Michel Mitrani das origens da sua obra e das influências e amizades literárias que atravessaram a sua vida. Nascido em 1913, Albert Cossery vive, desde 1945, em França onde publicou a maior parte dos seus livros. Os escritos de Cossery lançam um forte desafio à preguiça e à reflexão neste mundo de superprodutividade. Com o seu incomparável olhar sobre os costumes e atitudes contemporâneos, Cossery convida o leitor ao despojamento e ao riso como forma de subverter os valores dominantes, que alienam e oprimem as mulheres e os homens do nosso tempo.
Chego a pensar, depois desta lição que Cossery nos dá diáriamente, basta que nos recordemos dele, se o PM - José Sócrates não teria tido mais sucesso se quando foi à China perfilhasse desta filosofia do ócio e do despojamento. Tivemos um esboço deslocado dela vociferado por Manel Pinho, o que acabou por ter um efeito contraproducente.
Eis o que o tempo faz às pessoas: tritura, corrói e depois mata.
Mas antes de matar poderá ver-se aqui algumas das suas obras:
Editora Antígona, que publica editores refractários. (link)