quinta-feira

Presidente ucraniano de baixa devido a doença respiratória

Presidente ucraniano de baixa devido a doença respiratória
Fotografia © Reuters

Viktor Ianukovitch está com problemas respiratórios agudos, anunciou a presidência, e tem de ficar de baixa.

"O Presidente está de baixa devido a doença respiratória aguda acompanhada de febre elevada", afirmou o gabinete de imprensa da Presidência.
Não foi dada indicação sobre quanto tempo Ianukovitch ficará de baixa ou se, mesmo doente, continua a fazer algum trabalho.
A doença de Ianukovitch surge depois da demissão do Governo, no meio de uma crise política que já dura há dois meses.
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Obs: A vida dos sistemas políticos - democráticos ou mais musculados - contam com várias técnicas de dissimulação para eliminar ou neutralizar as acções políticas dos adversários, neste caso o povo ucraniano que pretende uma mudança política doméstica e aderir ao espaço da União Europeia - de que muitos daqueles que o integram já estão fartos, especialmente por causa da hegemonia germânica. 
O que é novo nesta "tirada" do Presidente Ianukovitch, é a utilização (verdadeira ou dissimulada!!) do pretexto clínico para aplacar a vontade determinada do povo. 
Numa palavra: vale tudo para fazer política a leste... 

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Confiança dos investidores estrangeiros aproxima-se de níveis anteriores ao da crise - estudo da Ernst & Young



O estudo conclui que é positiva a percepção dos investidores estrangeiros acerca de Portugal. Uma opinião presente não apenas entre quem já investiu no país também entre aqueles que pensam fazê-lo mais tarde.
Este inquérito que analisou a atractividade do país para a captação de investimento directo estrangeiro (IDE) indicia «o regresso dos níveis de confiança aos valores observados antes da crise».
A principal vantagem de Portugal que é destacada é a proximidade linguística e cultural com economias emergentes.
As áreas mais atractivas são as Tecnologias de Informação e Comunicação (referidas por 29% dos entrevistados), as actividades relacionadas com o mar (28%) e da energia (17%).
Apesar de uma ligeira redução, 22% das empresas inquiridas tenciona investir em Portugal no curto prazo, e 90% considera que o país vai recuperar dos efeitos da crise em cinco anos. Quase metade dizem mesmo que isso vai acontecer em 3 anos.
95% dos empresários manifestaram intenção de manter as operações que têm em Portugal. Para melhorar a economia, os investidores pedem em primeiro lugar mais qualificações da mão-de-obra (39%), bem como uma redução da carga fiscal (33%) e o apoio às indústrias de alta-tecnologia e inovação (31%)
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Obs: Será interessante avaliar como estas percepções correspondem aos comportamentos futuros dos agentes económicos em Portugal. Seja como for, é, para já, uma indicação positiva quanto à recuperação dos indicadores de confiança na economia portuguesa. 


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«Vou partir-te em dois», diz deputado dos EUA a jornalista (vídeo)


Um deputado da Câmara dos Representantes dos EUA não gostou de uma pergunta de um jornalista e acabou a ameaçar o repórter. O caso provocou um pequeno escândalo no Congresso e levou Michael Grimm a pedir desculpas.

Um republicano da Câmara dos Representantes eleito pelo Estado de Nova Iorque ameaçou fisicamente um jornalista depois de o repórter ter questionado o deputado sobre as contas relativas à campanha que fez nas últimas eleições.
Depois de dizer que apenas falava sobre o discurso do Estado da nação, feito horas antes pelo presidente Barack Obama, Michael Grimm abandonou a entrevista que o jornalista Mike Scotto lhe estava a fazer.
Contudo, após o jornalista do canal NY1 ter terminado o direto que estava a fazer, Grimm confrontou e ameaçou o jornalista, que lembrou ao deputado que as perguntas que estava a fazer eram «válidas».
«Se me voltas a fazer isto atiro-te desta varanda. Não és um homem de verdade. Vou partir-te em dois. Como uma criança», ameaçou este deputado, que não se apercebeu que a câmara estava a registar as suas palavras.


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Obs: Em Portugal, a técnica utilizada pelos deputados quando confrontados com questões indigestas, é subtraírem os gravadores aos jornalistas...


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quarta-feira

O enigma da nova esfinge - por Viriato Soromenho Marques

Ao ditado "cada povo tem o governo que merece", deveremos acrescentar: "...e a oposição que está ao seu alcance". Se a direita atrelou o País à quadriga do desmantelamento das instituições públicas, a verdade é que o espetáculo da esquerda é igualmente confrangedor. Sintoma disso é o tom cada vez mais "pessoal", e menos "político", da hostilidade crescente, no interior das diferentes tribos do PS e na esquerda em geral, contra a liderança de António José Seguro. Na verdade, a esquerda perdeu lucidez crítica e caiu na armadilha do "sebastianismo mediático". Converteu-se ao vazio da "sociedade-espetáculo". Esqueceu-se de que a televisão tem ajudado a escolher "tigres de papel", como Blair e Schröder, que se "davam bem" na pequena tela, mas lesaram fortemente as democracias de Londres e Berlim. E por cá, já não nos lembramos das trapalhadas do sempre mediático Sócrates? Como o tempo urge, e a questão da liderança na esquerda é fundamental para a sua unidade, proponho que se mude de método. Os putativos estadistas de esquerda, dentro e fora do PS, terão de responder ao enigma da tragédia nacional, que a esfinge da austeridade nos coloca: «dentro da zona euro, como está, sucumbiremos de agonia; fora da zona euro, implodiremos com estertor. Como sair daqui?». São as respostas concretas que alimentam uma liderança. A pose não chega. Seguro ainda não convence. E os outros? Alguém conhece as respostas de Costa, Louçã, Carvalho da Silva, entre outros, ao enigma de que depende o futuro de Portugal? O país pede à esquerda rigor, e não telegenia. Realismo, e não propaganda. O melhor será que os velhos e novos campeões da esquerda se concentrem na decifração do enigma, em vez de aumentarem ainda mais a autofagia nas suas hostes.
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Obs: Faça-se a A. Costa a questão de 1 milhão de euros.


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PSD faz queixa à ERC sobre programa Prós & Contras dedicado a Lisboa

PSD faz queixa à ERC sobre programa Prós & Contras dedicado a Lisboa

PSD enviou queixa à ERC nesta quarta-feira DANIEL ROCHA/ARQUIVO
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Obs: De facto, só lá faltava o "dr". relvas ou o irmão da apresentadora, um secretário de estado duma qualquer pasta, para que houvesse pluralidade e lisboa se convertesse numa verdadeira silicon valley repleta de emigrantes portugueses, tamanha tem sido a insistência de membros do XIX Governo (IN)constitucional nessa via. 

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terça-feira

Combate à economia paralela das PPPs, Submarinos, BPNs e Banifs...


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Praxes - por Luíz Meneses Leitão -




O que mais choca nas praxes é a total complacência das autoridades académicas e dos responsáveis políticos, que têm transigido com essas práticas em lugar de as reprimir severamente. Não é aceitável que os claustros universitários, em lugar de serem destinados ao ensino e à investigação, sejam utilizados como coliseus onde se praticam verdadeiros massacres de estudantes. E muito menos é aceitável que as universidades, em lugar de acautelarem a segurança física dos seus alunos, aceitem pacificamente que os mesmos sejam submetidos a práticas de risco para a saúde e a própria vida.

Em 1727, D. João V determinou que "todo e qualquer estudante que por obra ou palavra ofender a outro com o pretexto de novato, ainda que seja levemente, lhe sejam riscados os cursos". Sigam o exemplo do Magnânimo e decretem desde já medida semelhante. Vão ver como estes abusos acabam num instante.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa. Escreve à terça-feira

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segunda-feira

Narrativas desesperadas: não tarda Miguel Relvas também se revolta contra as praxes académicas..

Imagem Jumento
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Triste e insatisfeito com o drama que a sociedade portuguesa vive por causa dos recentes acontecimentos no Meco - é plausível que o licenc. Miguel Relvas venha também engrossar a revolta relativamente à violência que as praxes académicas encerram, designadamente na forma como o obrigaram a assistir a três aulas completas no decurso da sua turbo-licenciatura.


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As reitorias nunca tiveram vontade de expulsar as praxes ou de as domesticar sequer. Actos neofeudais e fascistas




“As reitorias nunca tiveram vontade de expulsar as praxes ou de as domesticar sequer”

A socióloga Rita Ribeiro mergulhou no universo das praxes académicas. Fala em casos de tribunal, em responsabilidade individual e diz que um dos problemas é que "isto são brincadeiras de crescidos".
Rita Ribeiro é professora na Universidade do Minho BÁRBARA RAQUEL MOREIRA
O episódio é contado na investigação académica da socióloga Rita Ribeiro sobre praxes académicas. Um grupo de alunos estava à volta de um lago numa praxe quando os colegas mais velhos dão a ordem de saltar. Em vez de molharem os pés e saltitarem, os mais novos atiraram-se para dentro de água. “É o exemplo do clima de intimidação e de quem está sempre à espera do pior”, diz a professora da Universidade do Minho (UM).
Foi este o ambiente que encontrou no trabalho de campo que fez, inicialmente sob o ponto de vista da antropologia, olhando as praxes enquanto ritual de passagem. Foi também autora – juntamente com outro sociólogo da mesma universidade, Carlos Gomes – de um relatório sobre as praxes na UM, encomendado pela reitoria da instituição. “A intenção nunca foi julga-las, antes entendê-las”.
O que explica esta necessidade de os jovens estudantes enfatizarem esta etapa da sua vida?
Por um lado, há uma questão histórica e uma ideia de tradição, que é sempre usada como discurso legitimador. Depois, as praxes funcionam como um sinal da elevação estatutária que significa a entrada para o ensino superior. Para todos os efeitos, este ainda é um sector minoritário na sociedade portuguesa. Essa dimensão elitista leva a que se valorize a entrada na universidade. O traje e todos os signos da praxe são formas de os alunos sentirem um reconhecimento estatutário por parte da sociedade.
Mesmo para aqueles que são praxados?
Talvez até mais para esses, porque é um momento em que isso é visível para todos. Quando vão na rua com a cara pintada e não se importam com isso é porque estão a dizer aos outros: “Eu entrei para a universidade”. As praxes eram uma prática da Universidade de Coimbra e entraram em declínio nos anos 1960, por questões políticas. Emergiram no final dos anos 1980 e ganharam força nos anos 1990, precisamente quando o ensino superior se democratiza.
Não seria expectável que fosse ao contrário: a partir do momento em que alarga o espectro dos que entram na universidade, o peso simbólico é menor? 
Podia ser assim, mas, apesar dessa massificação, só uma percentagem muito restrita da população entra na universidade. Sobretudo naquela altura [anos 1990], em que havia uma forte pressão de procura e muitos dos que se candidatavam não entravam.
O possível embaraço público pesa menos do que o sentimento de orgulho por pertencer a esta comunidade?
Tirando aqueles alunos que participam porque não têm capacidade para se escusar a fazê-lo, na grande maioria das situações que pude recolher é isso que acontece. As pessoas sentem-se [impelidas] a participar de livre vontade. Muitas vezes, esse embaraço nem sequer é sentido, porque o lado provocatório que a praxe tem estimula-os. Estão a fazê-lo em grupo, a coberto de uma tradição, e isso funciona para alimentar essas práticas.
Qual é o papel das reitorias ou das direcções das faculdades neste processo?
Nunca tiveram muita vontade de expulsar as praxes ou de as domesticar sequer. Há aqui questões políticas, porque os reitores precisam de ter os alunos do seu lado. E, para muitos alunos, uma posição mais forte contra as praxes pode ser vista como uma afronta. A solução também não está numa rejeição completa, até porque as praxes parecem-me mais perigosas quando estão fora das universidades do que quando estão dentro. Algum equilíbrio da domesticação destas práticas é o ideal, mas não é fácil de se conseguir.
Dizia que a tradição aparece muitas vezes como discurso legitimador da praxe. Mas em universidades como a do Minho ou a de Aveiro, que são recentes, que tradição existe?
É uma tradição inventada, como são quase todas. O que há é uma recuperação de práticas históricas que são mobilizadas para aquilo que são os interesses dos estudantes. Estas tradições existiam em algumas universidades antigas – no caso português, Coimbra. O que as universidades novas fizeram foi apropriar-se destas práticas e, simultaneamente, dar-lhes uma tonalidade local, recuperando histórias mais ou menos mitificadas acerca daquilo que os estudantes liceais de cada cidade faziam ou das instituições eclesiásticas que tinham uma componente de ensino superior. Isso é também uma forma de legitimação, sobretudo numa universidade nova que precisa de criar uma identidade.
Na sua investigação, escreve que as regras da praxe são “implícitas” e “informuladas”. Como é que isso se explica?
Num ritual, sabe-se o que se deve fazer, mas muitas vezes o sentido das coisas está implícito. Por isso é que eles são polissémicos, servem para muita gente. E agregam vontades devido a essa plasticidade. Quando lemos o código de praxe, está lá um conjunto de limitações, mas não diz como fazer. O como fazer é uma prática que se constrói e que se reproduz num certo contexto institucional.
Mas há regras mais óbvias?
Embora operando numa lógica do implícito, estruturalmente, estão lá os significados. No caso da praxe, elas são interessantes do ponto de vista do estudo dos rituais devido a duas dimensões. Os pilares em que assentam são a hierarquia e o igualitarismo entre aqueles que são praxados. A praxe desenvolve-se nesta tensão permanente de reprodução das estruturas hierárquicas da sociedade de uma forma muito linear. E, ao mesmo tempo, do lado dos que estão a ser iniciados, é promovida a sua homogeneização, o seu nivelamento, a sua desinvidualização.
Essa é uma das críticas mais frequentes à praxe: o nivelamento e esta reprodução da hierarquia. No trabalho de campo, isso é uma coisa óbvia?
Está no nível estrutural daquilo que são os rituais associados à praxe, mas está. Há uma violência hierárquica muito forte, sobretudo nos primeiros tempos de praxe. Ao mesmo tempo que há uma completa formatação daqueles que estão a ser praxados e um apagamento das individualidades. Esta é uma prática comum a todas as instituições em que estão muitas pessoas juntas durante muito tempo, como as forças armadas ou os mosteiros.
Quando alguma coisa corre mal, é comum que as estruturas associadas à praxe não falem. O silêncio também é uma das regras implícitas?
Tal como outros rituais desta natureza, as praxes servem para constituir aquilo a que alguns autores chamam o espírito de corpo. Isso significa sempre que estamos a criar uma certa identidade entre nós e a afastar os que não têm o direito a passar pelo mesmo. Esse pacto de silêncio que às vezes se percebe tem a ver com isso: há uma protecção dos nossos. Se a praxe consegue alguma coisa é isso, é criar um espírito de corpo, uma identificação com a universidade, com um curso, com um grupo de pessoas. Do ponto de vista sociológico ou antropológico, quando os grupos se formam passando por este tipo de práticas violentas, reforçam ainda mais esse espírito.
Como é que se conciliam estas regras implícitas com o anúncio feito em Agosto de 2012, por nove estruturas académicas, de criação de um código de praxe comum para o país todo? 
Provavelmente, estamos apenas no domínio da intenção. Não vejo que seja muito possível essa cooperação tão estreita entre diferentes universidades, que criaram “tradições” de praxes diferentes. Até pode ser que se chegue a esse código, mas será sempre suficientemente vago e pouco operativo.
Onde é que a praxe se cruza com a lei?
Essa é uma zona de sombra. Todas as sociedades acabam por ter esta capacidade de acomodar certas práticas que estão contra os valores explícitos ou a lei. Qualquer juízo baseado na nossa lei condena muitas das coisas que se passam na praxe e muitas delas são efectivamente situações de tribunal. Mas o significado que nós atribuímos de fora não é o significado que está a circular dentro do grupo que está a ser praxado e está a praxarTemos que ver as praxes como uma dramatização feita por um grupo. É esse jogo de papéis que está ali a acontecer. Fora deste contexto específico, aquilo são situações intoleráveis.
Mas há espaços para a lei eventualmente intervir?
Apesar de as ver nesta óptica da dramatização, é evidente que não deixamos de estar numa sociedade onde há regras muito explícitas acerca dos direitos das pessoas. Essa subversão é calendarizada, sabe-se quando e onde pode acontecer e também se sabe quando e onde não pode acontecer, e é este contexto específico o que leva as instituições universitárias e a sociedade em geral a tolerarem as praxes. Mas não deixam de ser cidadãos que estão envolvidos. Há aqui também uma questão que é muito importante: a responsabilidade individual tanto de quem praxa como de quem é praxado. Quem é praxado também tem responsabilidade, porque está ali porque quer.
É, de facto, possível dizer que não à praxe? 
Dependerá muito das universidades, dos cursos, de quem está a dirigir as comissões de praxe, mas é possível dizer que não. E há também estruturas institucionais que são capazes de ajudar, como o provedor do estudante, que é uma figura relativamente nova.
Quem participa também assumiu que aquelas eram as regras do jogo?
Mas a qualquer momento tem que poder dizer que não. O mais importante no trabalho pedagógico junto dos alunos é que, a qualquer momento, devem poder parar o jogo. Essa responsabilidade individual não pode ser esquecida.
Nos dois casos mais mediáticos que chegaram a tribunal – a Universidade Lusíada foi condenada a pagar uma indemnização à família de um aluno que morreu na sequência de uma praxe, em 2001, e o Instituto Piaget também teve que compensar uma aluna que se queixou da violência da praxe, em 2002 –, a condenação recaiu sobre a instituição e nunca sobre os indivíduos. É difícil que o ascendente que alguém tem sobre outro no âmbito deste jogo possa ser entendido como estando para lá da fronteira da lei?
Não sei como é que os processos foram tratados do ponto de vista judicial, mas imagino que, tal como em muitas outras situações que cruzam o domínio da lei, seja possível atribuir responsabilidades e culpas que vão para além desta forma quase abstracta de condenar uma instituição. Se sabemos que acontecem situações muito graves, elas têm protagonistas. A cumplicidade que a sociedade portuguesa tem com as praxes está em todo o lado.
O álcool e as drogas também fazem parte da praxe?
Em relação às drogas, não me deparei com nenhum caso. Mas o álcool faz parte. Algumas praxes ocorrem à noite e ocorrem quase sempre tendo o álcool também como actor. Os estudantes passam pelos bares e muitos deles são constrangidos a beber.
O que é que justifica que um país que se mobiliza com o bullyingno ensino obrigatório tolere estas práticas no superior?
Há uma razão muito simples: estamos a falar de adultos. Não podemos esquecer isso. É difícil fazer uma intervenção quando estamos a falar de pessoas que estão ali de livre vontade. Seria preciso provar que estão na praxe fortemente coagidos e intimidados e isso não acontece, na maior parte dos casos. Isto é uma brincadeira de gente crescida.
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Obs: As praxes comportam várias dimensões na vida das universidades e das pessoas/estudantes que buscam obsessivamente um pseudo-estatuto que, presumivelmente, lhes garanta um reconhecimento social perante a sociedade.Tamanho erro e ilusão. 
Vejamos algumas dessas falácias:
Em primeiro lugar, é do interesse da universidades (sobretudo privadas) fomentar este circo de aparentes tradições e rituais para manter os alunos satisfeitos e investidos dum poder ilusório que doutro modo não teriam. A contrapartida para as universidades é óbvio: atrair o maior número de estudantes, capitalizar em visibilidade social e, desse modo, FACTURA$. Pois é disso que se trata.
Em segundo lugar, os estudantes séniores tratam os caloiros de forma infra-humana, resultado de práticas neo-feudais e fascistas, ou seja, que educam para o desrespeito e o aviltamento da personalidade e singularidade do outro que, por ser caloiro e desejar integrar-se, se sujeita às maiores ignomínias. Ao saber destas práticas as direcções da universidades, os seus órgãos de decisão pouco ou nada fazem para não gerar incompatibilidades com os "chefes dessas orquestras neofascistas" (muitas vezes, assemelham-se aos holigans que têm dado mau ambiente ao futebol) que grassam como cogumelos um pouco por todas as universidades, com especial incidência nas privadas - que têm maior sede de protagonismo social e de financiamento.
O Estado, sabendo de casos que já redundaram em mortes, quer por via da prática directa desses rituais fascistas nas instalações da universidades, quer por via de suicídio decorrente da circunstância de alguns desses alunos/caloiros não terem aguentado a pressão psicológica sobre eles exercida, não legisla no sentido de limitar e disciplinar esses actos a meras formalidades civilizadas de integração académica.
Nesse contexto, estão todos mal: as universidades privadas (especialmente estas, onde tais práticas neofascistas são mais recorrentes e aberrantes) nada fazem, pois só têm a lucrar em manter esse circo gerador de uma visibilidade social e mediática que pode, a prazo, atrair mais estudantes para o seu orçamento; os séniores (os padrinhos) comportam-se como animais sedentos de domínio sobre o outro (em todos os aspectos, até na esfera sexual); e o Estado age com negligência por não se querer meter numa área que é - ou tem sido - da reserva de decisão da chamada autonomia universitária. 
Por último, cumpre referir que este Governo tem imensa sorte por estes dramáticos episódios ocorrerem no preciso momento em que crato está literalmente a cilindrar a Investigação & Desenvolvimento em Portugal. 
Assim, em vez de ser confrontado com a necessidade de definir uma política científica para o país, o processo de agenda-setting noticiosa obrigará a discutir o drama das famílias que perderam os seus filhos no Meco - e não a urgente política de ciência para Portugal. 
Ante tanta dor e tristeza, o XIX Governo (in)Constitucional tem sido bafejado pela sorte. E a sorte, neste caso, resulta da desgraça dos outros como tristemente se pode verificar. 
A esta luz, não será exagerado afirmar que o Governo de passos coelho sobrevive com a tragédia dos outros. 

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domingo

Yanukovich oferece cargos do governo a líderes da oposição. O chico-espertismo à portuguesa

O presidente ucraniano ofereceu, este sábado, o lugar de primeiro-ministro ao ex-ministro da Economia Arseny Yatsenuk, um dos líder da oposição, numa tentativa de resolver a crise política no país, anunciou a presidência.
Viktor Yanukovich ofereceu ainda o cargo de vice-primeiro-ministro encarregado dos Assuntos Humanitários a Vitaly Klitscho, antigo pugilista e também um dos líderes da oposição.
Num comunicado da presidência ucraniana, que surgiu depois de conversações entre a oposição e o presidente da Ucrânia, Yanokovich disse ainda ter aceite a criação de um grupo de trabalho encarregado de «mudar a legislação sobre referendos e, talvez, via este mecanismo, propor emendas à Constituição».

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Obs: Em Portugal o alegado PM em funções procura fazer o mesmo oferecendo ao líder da oposição, uma plataforma de trabalho para se entenderem quanto à despesa pública.

Também aqui o paradigma da cooperação institucional se alterou substancial, ou seja, dantes a cooperação entre órgãos de Estado visava o bem comum; hoje essa cooperação é falaciosa e visa a aniquilação (ou neutralização  política) do adversário.

Eis o que o PSD, com as suas artimanhas e expedientes de "chico-espertismo" à portuguesa, tenta fazer com o ainda insuficiente PS de Seguro. 


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Meco: familiares dos seis jovens insistem que não foram contactados pelo único sobrevivente





Os pais das vítimas, que estiveram hoje reunidos para tomar uma posição concertada sobre o assunto, falaram às televisões após o encontro e apelaram ao esclarecimento de «tudo o que se passou naquele fim de semana».

Questionada pelos jornalistas sobre a carta enviada à Agência Lusa em que os familiares de João Miguel Gouveia sustentam que o sobrevivente colaborou, desde o primeiro dia, «com as autoridades seja para contactar as outras famílias, seja para dar indicações sobre o que sucedeu», Fátima Negrão, mãe de uma das vítimas, afirmou não ter tido qualquer contacto «nem qualquer informação por parte do João».

A mesma mãe acrescentou que têm «sido bastante tolerantes» e que o objetivo não é »crucificar».

«Estamos sempre a apoiá-lo», acrescentou, referindo-se a João Miguel Gouveia.
Lusa
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Obs: Apure-se toda a verdade porque o que é do conhecimento da opinião pública (e publicada) parece-me manifestamente insuficiente, capcioso e esconde factos que podem ser relevantes para o apuramento de responsabilidades, ainda que por negligência (ou não). 
Não podemos esquecer que o valor de uma vida não tem preço. Perderam-se seis pessoas na flor da idade e as circunstâncias que levaram àquele  desfecho não podem - não devem - ficar por esclarecer e a culpa, mais uma vez, também não poderá morrer solteira.
Para esse efeito, e para que a justiça não fique dependente das declarações truncadas, interessadas e obviamente parciais do único sobrevivente, curiosamente o "orquestrador" de todos aqueles rituais abjectos dignos de um KKK - deverá convocar as pessoas daquela localidade que viram os rituais e que, dessa forma, podem ajudar a justiça a completar o quadro geral daquele massacre.
O Estado (mediante a iniciativa legislativa dos deputados) e em articulação com as instituições de ensino onde aquelas práticas abjectas se desenvolvem - deverá promover legislação a fim de confinar as praxes a um exercício civilizado e consentido de integração dos caloiros nas instituições de ensino para onde vão estudar. Tudo o que envolva violência - física ou psicológica (ou qualquer outro tipo de humilhação) - deverá ser passível de procedimento disciplinar e criminal (nos casos mais radicais). 
Seria o mínimo que a República poderia fazer em respeito pelas vítimas e também como forma de prevenção de futuros actos congéneres que, em Portugal, já tem provocados mortes.

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O querido líder da Lapa foi reeleito com quase 90% dos votantes alienados



Algo vai mal no reino da Lapa quando os militantes de um partido (supostamente pluralista e competitivo) - e em plena recessão económica e com elevados níveis de desemprego - votam esmagadoramente naquele que é o principal coveiro do país. 

À devastação política segue-se a devastação económica, financeira e social, e é essa eucaliptização da vida política nacional que desvitalizou a competitividade interna do PSD que poderá justificar o deserto de candidatos nesta eleição ao estilo norte-coreana que, em rigor, traduz a maior perversão da democracia interna do PSD desde 1974. 


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sábado

Reflexão a propósito da reforma do IRC - por José Neves Raimundo -









in TOC, Ano XIV. novembro 2013, págs.57-64.
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Obs: Medite-se nas putativas vantagens da dita reforma do IRC que o autor, José Neves Raimundo, de forma fundamentada e eficiente, entende beneficiar um reduzido número de grandes empresas... O Portugal profundo continua a aguardar pelas vantagens virtuais para que a proclamada reforma aponta:"competitividade, crescimento e emprego". 

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"Querido Líder. Vivir en Corea del Norte" de Barbara Demick







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Passos é o único candidato à liderança do PSD nas eleições que o partido realiza hoje





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Obs: O PSD, tradicionalmente conhecido como o partido dos negócios (em que a confusão do interesse de Estado se mitiga com os interesses privados de grupos particulares), sempre foi também um partido pluralista e de forte disputa interna pela posse da liderança. Mas neste contexto recessivo em que o XIX Governo (in)Constitucional conduziu o país, pelos vistos, ninguém quer assumir o risco decorrente dessa responsabilidade e acaba, perversamente, por não competir com o actual líder e ainda pm. 
O PSD, cujo líder eucaliptizou a oposição doméstica afigura-se, assim, um partido sem vitalidade interna, sem estratégia e sem programa de futuro, tal a anomia a que Passos coelho conduziu o partido - convertendo aquilo que era classicamente umas eleições internas disputadas e com visões divergentes e pluralistas acerca do futuro do país - num ritual partidário convergente com o estilo norte-coreano.
A única diferença, presume-se, é que em Portugal o novo querido líder da Lapa !! - em caso de divergência de opinião  - não manda executar o tio... 
Mas já faz purgas a pensar nas eleições presidenciais, como decorreu no afastamento de Marcelo ao lugar.

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